A gente coloca o pé em uma exposição – que pode ser de arte, ciência, tecnologia… – e começa uma viagem! Nem de longe a gente pensa sobre a escolha dos objetos, do posicionamento deles. Nem de longe a gente imagina que tudo está exposto de forma a nos contar uma história, a nos transmitir mensagens… A gente só embarca e se deixa impressionar.
Pois bem, por trás de tudo o que vemos em uma exposição, especialmente nas que acontecem em museus, existe o trabalho de curadores. Estes profissionais são responsáveis pela concepção da exposição, pela montagem, pela harmonia entre o que está sendo exposto e pela comunicação do conteúdo da exposição com o público.
Se você já visitou um museu – seja para ver uma exposição sobre dinossauros ou sobre as estrelas ou sobre arte contemporânea –, agradeça aos curadores, profissionais que, acima de tudo, são especialistas em pes-qui-sar!
“É importante ter alma de pesquisador. Saber fazer perguntas e encontrar possíveis respostas, organizar as informações. Como não é possível cuidar de coleções e produzir exposições sozinho, é preciso gostar de trabalhar com muita gente. Mesmo sendo um profissional especializado, o curador precisa estar preparado para tornar o conhecimento acessível a qualquer um, atrair atenção de todo tipo de público”, nos conta Paulo Knauss, que é historiador, curador e diretor do Museu Histórico Nacional.
No mundo das exposições, o aprendizado é constante. E cabe aos curadores organizar o conhecimento envolvido sobre determinado tema para fisgar a atenção do público. “A maior contribuição desse tipo de trabalho é ser capaz de atrair a atenção das pessoas. Chamar atenção para o que ninguém vê ou percebe, mas marca a nossa vida”, avalia Paulo.
Ingrediente indispensável a curadores, segundo nosso entrevistado, é curiosidade: “É preciso estudar a história das coisas ou dos objetos. Para que servem as coisas? Quando surgiram? Como são produzidas e de que materiais? Quem usa e quem criou? Qual seu significado? São perguntas que os curadores têm que fazer o tempo todo”.
Mas como será que alguém descobre seu talento para a curadoria? No caso de Paulo, que sempre gostou de museus, a descoberta de que poderia trabalhar na área só veio depois de crescido, quando estava na faculdade de história. “Desde menino, sempre gostei de ir a museus, ver exposições e adorava colecionar coisas. Era movido pela curiosidade. Adorava saber a história das coisas”, lembra.
E você? Gosta de museus e exposições? Tem curiosidade aguçada? Tem também vocação para fazer boas pesquisas? Hummm… Será que seu coração vai bater pela profissão de curador(a)? Anote esta possibilidade!
Cathia Abreu
Jornalista
Ciência Hoje das Crianças
Matéria publicada em 25.02.2022