Se há alguém que se identifica tanto com a vida aquática a ponto de se considerar um verdadeiro peixe fora d’água, é o ictiólogo (ou a ictióloga). Caso você não saiba o que é isso, vamos lá! A zoologia, ciência que estuda os animais, tem diversas subdivisões – uma delas é a ictiologia, área especializada no estudo dos peixes. Agora ficou fácil: o ictiólogo ou a ictióloga só pode ser um(a) especialista em peixes, é claro!
É verdade que boa parte do trabalho dos ictiólogos acontece debaixo d’água, mas isso não quer dizer que a profissão é pura diversão e aventura. Os mares, rios e lagos são, digamos, o escritório da ictiologia. “Meu dia a dia consiste em coletar os peixes em riachos e rios, levá-los para laboratório e analisá-los. Assim, respondemos perguntas, que viram conhecimento”, explica o ictiólogo Dilermando Junior, professor e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso.
Assim como todo cientista, o(a) ictiólogo(a) precisa ser uma pessoa curiosa: fazer perguntas e, analisando os peixes, seus comportamentos e os ambientes em que vivem, tentar encontrar respostas. E o desejo de seguir na profissão pode acontecer desde cedo. Veja só…
“Sendo uma criança de cidadezinha do interior, eu sempre tive muito contato com a natureza. A pesca em ribeirões e riachos era prática corriqueira. Eu me encantava com aquele monte de peixes e insetos aquáticos que eram coletados. Me encantava saber que tinha um mundo embaixo da água. Esse espírito ficou em mim, e eu pude reencontrá-lo na universidade”, conta o professor Dilermando.
Para quem se interessou pelo assunto, saiba que o(a) ictiólogo(a), em geral, pode trabalhar em três áreas diferentes: ecologia, etologia e sistemática. A ecologia estuda a relação dos peixes com o meio em que vivem. A etologia analisa o comportamento desses animais. Na sistemática, o profissional trabalha classificando as espécies – e não pense que essa parte é moleza, porque existem mais de 26 mil espécies de peixes nadando por aí, viu?!
Para quem tem paixão pela água e pelos animais aquáticos, torna-se especialista em peixes pode ser uma boa pedida! Se você acha que essa profissão combina com você, que tal testar a sua vocação adotando um peixinho? Monte um aquário bem legal para ele e divirta-se cuidando e observando esse novo amigo, buscando compreender o seu comportamento e as funções das diferentes partes do seu corpo, por exemplo. Mas, lembre-se: bichos de estimação são responsabilidade para sempre!
Cathia Abreu
Instituto Ciência Hoje/RJ.
Matéria publicada em 01.06.2022