Ilustração Mariana Massarani

Há muitas formas de cuidar do meio ambiente, e cada um de nós pode ajudar com pequenas ações no dia a dia. Evitar o desperdício de água e não jogar lixo no chão são exemplos do que está ao nosso alcance. Mas se o seu interesse na proteção da natureza é muito grande e você leva a sério, como um profissional, esse texto não poderia ser mais oportuno! Já ouviu falar em analistas ambientais?

Esses profissionais são responsáveis por investigar e examinar, ou seja, analisar, diferentes problemas ambientais e tentar buscar meios e recursos para solucioná-los. “Os analistas ambientais trabalham para a conservação do meio ambiente porque acreditam que é importante preservá-lo para essa e as futuras gerações”, diz Carlos Abrahão, médico veterinário e analista ambiental no Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ameaças em alta

Nos últimos anos, com o aumento de alertas de poluição da água, do solo e dos ares, a profissão de analista ambiental ganhou ainda mais destaque. “Nossa profissão se tornou essencial para a vida, tanto dos humanos quanto dos animais e das plantas. Vivemos enchentes, secas, perda de lavouras, de biodiversidade. As ameaças nunca estiveram tanto no cotidiano das pessoas”, lembra Abrahão.

Por isso o que não falta é agito na rotina dos analistas ambientais, que trabalham em todos os biomas brasileiros, como a Amazônia ou o Cerrado. O dia a dia envolve muito estudo, pesquisa e um importante trabalho de comunicação e educação ambiental.

Cabe a esses profissionais, por exemplo, estudar tanto os diferentes ambientes quanto as milhares de espécies da fauna brasileira. Eles analisam as espécies ameaçadas de extinção e os motivos que as levaram a esse estágio. “E não basta saber se a espécie está ameaçada: produzimos informação de como agir e o que fazer para tentar reverter esse risco”, conta Abrahão.

Impacto na natureza

Grande parte dos analistas ambientais trabalha em instituições ligadas ao governo, em unidades de conservação e parques nacionais. Além dos trabalhos de estudo e preservação de ambientes e espécies, para prevenção e conscientização, esses profissionais atuam diretamente em emergências ambientais, como já ocorreu nos incêndios do Pantanal ou na seca do rio Amazonas.

Outros analistas atuam em projetos de licenciamento que envolvam a construção de empreendimentos que podem gerar impactos negativos (danos ou destruição) ao meio ambiente, como hidrelétricas e rodovias.  “Os analistas avaliam o grau de impacto, veem se são necessárias mudanças e pedem melhorias no projeto. Também agimos na fiscalização e no cumprimento da legislação ambiental brasileira”, explica Abrahão.

Ao mesmo tempo, os analistas ambientais trabalham em planos de ações nacionais, que são acordos de cooperação com a sociedade. “Fazemos reuniões com comunidades locais para que elas também contribuam com formas de melhorar a gestão de determinada área ou grupo de seres vivos”, diz.

Diversidade e ação

Boa parte dos analistas ambientais têm formação universitária em áreas ligadas à biologia e à ecologia, mas também há psicólogos, arquitetos, advogados e veterinários, como Abrahão, atuando nessa área. “Todas as profissões têm algo a contribuir com o meio ambiente. Cada um vai trazer sua bagagem e conhecimento. Essa diversidade é importante para resolver os diferentes problemas ambientais”, diz ele.

O ponto comum é que todos atuam com o mesmo objetivo, em prol da conservação. O mais importante é ter disposição para estar sempre aprendendo, e se preparar para uma alta carga de trabalho! “Os analistas ambientais precisam saber pesquisar e buscar informações confiáveis, além de produzir conhecimento de qualidade para envolver a sociedade nesse processo. É a mudança de consciência que vai nos ajudar”, afirma o nosso entrevistado. Então, mãos à obra!

Elisa Martins
Jornalista
Especial para a CHC