Quando crescer, vou ser… herpetólogo(a)!

Ilustração Ana Matsusaki

Vamos ver se você encara esse desafio: diga lá, o que faz um herpetólogo – ou uma herpetóloga? Sem colar, hein! Consegue responder em 30 segundos? 30, 29, 28, 27… Bom, quem errou não precisa se chatear, porque é muito difícil, mesmo! Herpetólogo(a) é quem se dedica a estudar os anfíbios e os répteis!

O nome é estranho, né? Mas tem sentido! A palavra vem do grego herpeton, que significa “tudo o que se arrasta”. Logo vem à cabeça uma cobra, não é? Foi daí que veio a inspiração para batizar esse profissional que trabalha com animais tão diversos e fascinantes. Mas nem todos eles se arrastam… Alguns andam, nadam e até correm.

Você sabe quais são os outros répteis, além das cobras? Tartarugas, lagartos, jacarés, entre outros, todos são répteis. Essa é uma categoria de animais vertebrados cobertos por escamas e que não regulam a temperatura do corpo. Já os anfíbios são sapos, rãs, pererecas, salamandras… São seres que vivem tanto na terra quanto na água e deram origem aos répteis. Por isso, faz sentido o mesmo cientista estudar essas duas famílias de animais.

O professor Renato Feio, da Universidade Federal de Viçosa, explica um pouco do trabalho do(a) herpetólogo(a): “Tento responder perguntas como: quantas espécies destes animais existem? Quais são aquelas perigosas para o homem e quais são inofensivas, com as quais, inclusive, podemos brincar? Quais estão ameaçadas de extinção e quais são muito comuns? Quais impressionam por sua beleza e padrões de colorido? Como elas se reproduzem e onde ocorrem? O que podemos fazer para preservar esses animais?”.

O dia a dia de Renato é tomado pela pesquisa sobre esses bichos e pelas aulas para a universidade. Agora, é claro que isso não acontece apenas em laboratório ou sala de aula. Esses profissionais precisam se aventurar na natureza para ficar perto dos animais! “De vez em quando, vamos para as matas e montanhas de Minas Gerais para procurar as espécies, saber quais vivem em cada lugar, quais são seus comportamentos e como elas estão sofrendo com o desmatamento e agressões aos nossos ambientes naturais”, conta.

Hoje em dia, Renato já tem uma vida inteira dedicada a isso. Mas será que ele nunca sentiu medo? Afinal, alguns desses bichos são até venenosos! “Eu sempre gostei dos animais, mas não era apenas de cachorro e gato, não. Gostava daqueles mais diferentes, e que eu ainda conhecia pouco. Assim, fui descobrindo muitas coisas interessantes e curiosas sobre as rãs, os sapos, as serpentes, os lagartos…”.

Veja bem… Isso não quer dizer que você pode sair por aí sem ter cuidado com uma serpente e muito menos com um jacaré! Segurança em primeiro lugar! Mas, hoje em dia, com a internet, ficou bem mais fácil saber quais bichos são perigosos e quais são mais amigáveis, não é? Que tal fazer uma pesquisa? Quem sabe, uma nova paixão pode nascer hoje mesmo!

“Quando você gosta de uma coisa, fica até fácil estudar. Eu não gostava de matemática, mas adorava as aulas de biologia. Quando falava de animais, então, eu vibrava”, finaliza Renato.

 

 

 

Cathia Abreu
Jornalista
Ciência Hoje das Crianças

Matéria publicada em 04.04.2022

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