Sabe o que eu, você, um elefante, um leão, um morcego e uma baleia temos em comum? Nós pertencemos a um mesmo grupo, o dos mamíferos! São quase 6 mil espécies diferentes que se conectam por uma característica em especial: o leite que a mãe produz para alimentar os bebês. O que você talvez não saiba é que existe um ramo da ciência dedicado a estudar os mamíferos: a mastozoologia. Dentro da biologia, mastozoólogas e mastozoólogos são os(as) especialistas quando o assunto é bicho com glândulas mamárias, seja na terra, na água ou no ar.
“Os mamíferos, incluindo nós, humanos, somos muito importantes na natureza. Fazemos parte de um conjunto de seres vivos que, juntos, mantêm a natureza saudável para todos. Por isso, é muito importante saber quem é quem, como são e o que fazem, para podermos ajudar na sua proteção”, conta a professora Gisele Lessa, da Universidade Federal de Viçosa.
Por fazerem parte de um grande grupo, os mamíferos têm diversas características em comum. Mas, se imaginarmos, lado a lado, um morcego, um urso polar, uma baleia e uma criança, identificaremos depressa muitas diferenças…
“Os mamíferos têm o corpo quente e são cobertos de pelos, na sua maioria. Vivem em todos os lugares: terra, água e ar. Pode ser ambiente úmido, seco, frio, quente ou gelado. Apesar dessas características comuns, cada espécie tem suas particularidades”, lembra Gisele.
Até pela diversidade de animais, a mastozoologia oferece diferentes possibilidades de pesquisa. Afinal, são bem distintos os desafios de se estudar uma onça-pintada ou um ratinho escondido em alguma montanha. Só no Brasil, temos mais de 700 espécies de mamíferos diferentes. E como será que é o trabalho dos(as) especialistas nessa área?
“Vamos conhecer onde vivem esses mamíferos e anotamos tudo o que vemos. Fotografamos, colhemos todo tipo de vestígios, como fezes e pelos. Depois levamos tudo para o laboratório, onde serão estudados”, revela a professora Gisele.
Entre as muitas funções do(a) mastozoólogo(a), duas são bem legais: encontrar espécies novas e ajudar a preservar a natureza. Graças ao trabalho desses especialistas, conhecemos, em 2014, uma nova espécie de roedor: o rato-do-rabo-branco. Essa espécie de roedor habita os afloramentos rochosos e campos rupestres de Minas Gerais, bem lá no alto das serras, muito bem adaptada ao frio que costuma fazer no local. O Brasil, aliás, é um país riquíssimo para esse tipo de descoberta!
E aí, você se vê em meio à natureza se ocupando do estudo de outros mamíferos? Se sim, a mastozoologia pode ser uma área muito entusiasmante, desde que você se dedique ao seu trabalho de coração: “Assim, você se sentirá mais preparado para entender esses bichinhos tão lindos e protegê-los”, conclui a professora Gisele.
Cathia Abreu
Jornalista
Ciência Hoje das Crianças
Matéria publicada em 07.06.2023