Quando a Terra treme

Os terremotos podem ser aliados dos cientistas nas pesquisas sobre o interior do Planeta

Ilustração Walter Vasconcelos

“Atenção! Atenção! Um terremoto de magnitude 5 na escala Richter foi registrado hoje na cidade de…”. Com alguma frequência, temos contato com esse tipo de notícia. Mas você sabe como os terremotos acontecem? O que significa essa escala? Vamos ver…

Terremotos são fenômenos muito frequentes, embora só virem notícia quando causam danos em alguma parte do planeta. Na prática, são enormes liberações de energia que ocorrem em regiões da Terra onde as rochas estão sujeitas a um esforço muito grande, e acabam se partindo. Neste processo, a energia liberada faz com que as rochas da região, e às vezes de quase toda a Terra, movimentem-se de maneira similar a um empurrão dado em alguém que está no final de uma fila e que se desequilibra, esbarrando no penúltimo da fila, que também se desequilibra e esbarra do antepenúltimo, e assim vai até chegar à primeira pessoa da fila. Se tivermos equipamentos, chamados sismógrafos, distribuídos ao redor do planeta, podemos detectar esse movimento das rochas, e, após uma análise trabalhosa dos dados, identificar a localização exata onde ele ocorreu, e a quantidade de energia envolvida no processo.

Para medir a energia liberada no local de origem de um terremoto foi criada uma escala, chamada escala de magnitudes. A primeira e mais conhecida escala de magnitudes foi criada por Charles Richter, em 1935. A famosa escala Richter não tem limite inferior nem superior, mas a maior parte dos terremotos detectados no planeta possui magnitude entre 0 e pouco menos do que 10. O maior terremoto já registrado na Terra ocorreu no Chile e teve magnitude 9,6 na escala Richter, o que é equivalente a um milhão de bombas atômicas como a que devastou a cidade de Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.

Os terremotos tendem a ficar concentrados em faixas consideradas estreitas (de dezenas de quilômetros de largura) da superfície terrestre e mostram onde essa camada superficial do planeta apresenta zonas de fraqueza – pontos em que as rochas, sob um esforço muito grande, podem se partir e dar origem aos terremotos. Essas faixas (ou pedaços de rochas) onde ocorrem os terremotos são chamadas placas tectônicas. Sabemos atualmente da existência de 12 placas tectônicas maiores, e o Brasil se situa no meio de uma delas, a Placa Sul-Americana. Por estar longe da borda da placa, os terremotos no Brasil não são tão frequentes e normalmente têm magnitude baixa – mas eles existem!

Da mesma forma que um médico usa um aparelho de ultrassom para analisar o bebê dentro da barriga de uma mulher grávida, cientistas podem usar as ondas geradas por um terremoto para estudar o planeta! É desta forma que sabemos como é o interior da Terra, afinal de contas é impossível fazer um furo com mais do que 6 mil quilômetros de profundidade para chegarmos ao centro do planeta.


eder_molina

Eder Molina
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Universidade de São Paulo

Sou paulista, e já nem lembro quando nasci… Sempre fui curioso sobre o porquê das coisas, e desde criança tinha meu clubinho da ciência. Hoje sou professor de Geofísica e continuo xereta e buscando aprender muitas coisas, principalmente sobre a Terra e o Sistema Solar.

Matéria publicada em 02.06.2023

COMENTÁRIOS

  • Abigail Cristine Kapp Durão

    Oi pessoal da CHC!
    Gostamos muito da matéria sobre terremotos, aprendemos muito.
    Tchau, muito obrigado.
    3º ano A da escola Lélia Cecília – Ribeirão Bonito/SP.

    Publicado em 6 de junho de 2023 Responder

    • Eder Molina

      Que ótimo, Abigail! Continue descobrindo coisas muito interessantes na CHC!
      🙂

      Publicado em 3 de abril de 2024 Responder

  • Turma do 3º ano A

    Oi pessoal da CHC!
    Gostamos muito da matéria sobre terremotos, aprendemos muito.
    Tchau, obrigado.
    3º ano A da Escola Lélia Cecília – Ribeirão Bonito/ SP

    Publicado em 6 de junho de 2023 Responder

    • Eder Molina

      E aí, turminha, tudo bem com vocês? Esperamos que tenham aprendido ainda mais na CHC, com as últimas matérias.

      Publicado em 3 de abril de 2024 Responder

  • ALICE VITÓRIA AZEVEDO FARIAS DO TERCEIRO ANO C

    Achei muito interessante e legal e adorei

    Publicado em 26 de junho de 2023 Responder

    • Eder Molina

      Que ótimo, Alice! Continue explorando o site da CHC!
      🙂

      Publicado em 3 de abril de 2024 Responder

  • Alice Condé Barros

    Que legal! Isso é muito e interessante, sempre quis sabe sobre isso

    Ass. Alice Condé

    Publicado em 28 de junho de 2023 Responder

    • Eder Molina

      Oi, Alice, que bom que conseguimos tirar esta tua dúvida! Continue explorando o site da CHC e você vai descobrir a resposta para muitas outras perguntas!
      😉

      Publicado em 3 de abril de 2024 Responder

  • Valeska Villani Rodrigues Esper

    Olá! Somos os alunos do 5° ano C, da EMEB Professor e Escritor Nelson dos Santos Damasceno, da cidade de Franca-SP. Achamos a matéria muito interessante e educativa, porque não sabíamos que o maior terremoto já registrado aconteceu no Chile, país que é nosso vizinho. Gostaríamos também de parabenizar vocês da revista CHC, pois sempre publicam coisas legais!
    Até a próxima.
    Alunos do 5° ano C, professora Valeska.

    Publicado em 28 de junho de 2023 Responder

    • Eder Molina

      Oi, Valeska, tudo bem? Realmente foi um sismo aterrorizante de tão grande!!!

      Publicado em 3 de abril de 2024 Responder

  • Bernardo 7anos

    Oi chc, eu já sabia disso.

    Publicado em 29 de junho de 2023 Responder

    • Eder Molina

      Garoto esperto!!! Continue explorando a CHC, Bernardo!
      🙂

      Publicado em 3 de abril de 2024 Responder

  • Cecília

    Oi CHC!!! Sou aqui de Minas, BH, tenho 10 anos e estou no quarto ano do fundamental e minhas matérias favoritas são ciências e história. Amo estes conteudos que vocês postam aqui! Espero que postem mais conteudos de ciências. Beijos!! amo vocês.

    Publicado em 3 de julho de 2023 Responder

Envie um comentário

admin

CONTEÚDO RELACIONADO

O superquique!

Hora de se divertir com experimentos e atividades!

Bateria de moedas

Hora de se divertir com experimentos e atividades!