O oceano precisa ressoar

Por que 8 de junho é uma data especial para o nosso planeta?

Ilustração Walter Vasconcelos

Junho é o mês oficial do oceano, porque no dia 8 é comemorado o “Dia mundial dos oceanos”. Mas por que dar ‘vivas’ a este que é o maior ambiente da Terra? Ah, não faltam motivos! 

Sabia que a ciência considera que a origem da vida pode ter acontecido no oceano primitivo? E sabia que o oceano produz mais da metade do oxigênio que respiramos, que absorve a maior parte do gás carbônico gerado pelas atividades humanas, que abriga a maior biodiversidade do mundo, que também regula o clima da Terra? Ufa! Só nesta pequena lista já temos motivos de sobra para dar ‘vivas’ ao oceano. Acontece que muita gente não faz ideia ou não dá a devida importância a esse ambiente. Então, somos a geração que tem a tarefa de mudar essa realidade. 

Um passo importante para mudá-la aconteceu em 2017, com o anúncio feito pela Organização das Nações Unidas, a ONU, de que entre 2021 e 2030 teríamos a Década do Oceano, um período dedicado a unir esforços de ações para atingirmos um oceano que queremos — e precisamos!

Se você pensou que o Brasil tem muito a contribuir, acertou em cheio! Afinal de contas, o nosso litoral tem cerca de 8.500 quilômetros de extensão, banha 17 estados e 13 capitais. Fora isso, a área de mar que pertence ao nosso país tem aproximadamente 5,7 milhões de quilômetros quadrados – esse espaço é chamado Amazônia Azul! 

Apesar da sua imensidão, o oceano é distante de muitos brasileiros! E não só fisicamente… Embora a chuva que chega ao Mato Grosso tenha relação com as correntes oceânicas, as pessoas que moram distantes do oceano muitas vezes desconhecem essa relação. Então, como sensibilizar os cerca de 70 milhões de brasileiros que nunca tiveram a oportunidade de ver, sentir e entrar no mar, para a importância deste ambiente?

Um caminho interessante é disponibilizar informação de qualidade e de acesso aberto sobre o oceano para as pessoas. Foi com base nesta ideia que surgiu a Rede Ressoa Oceano, uma parceria entre quatro instituições brasileiras: o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Universidade Estadual de Campinas; a Cátedra UNESCO para Sustentabilidade do Oceano, da Universidade de São Paulo; a Liga das Mulheres pelo Oceano; e o Projeto Ilha do Conhecimento. A proposta é fazer ressoar a cultura oceânica além do litoral ou das pessoas que trabalham com o tema, fortalecendo iniciativas de divulgação sobre as ciências do mar. 

A Rede, que começou suas atividades neste ano e será um ponto de referência sobre diferentes temáticas que envolvem o ambiente marinho, atuará em três frentes de trabalho: treinar jornalistas e cientistas para abordarem temas sobre o oceano, selecionar iniciativas e produtos de comunicação já existentes para apresentarem informações sobre o oceano, e produzir conteúdos em parceria com instituições parceiras para difundir a cultura oceânica. A Rede Ressoa Oceano também tem como objetivo garantir a diversidade dentro de suas atividades, tornando as ciências oceânicas e a divulgação científica mais igualitárias e acessíveis.

Bom, já entendemos que o “Dia mundial dos oceanos” é uma data para celebrarmos a essência da vida! Mas queremos que esse dia permaneça ressoando todos os outros dias do ano, porque o nosso planeta é muito mais oceano do que qualquer outra coisa. Vamos precisar de todo mundo para fazer isso acontecer! Ressoa, oceano!


Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo  

Débora Camacho Luz
Liga das Mulheres pelo Oceano
Projeto Ressoa Oceano

Matéria publicada em 07.06.2023

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