Você é daqueles que adora dar um mergulho para se refrescar quando está calor? Por acaso a água é o lugar onde você se sente mais à vontade? Então a primeira coisa a fazer é aprender a nadar! Além de tornar seus mergulhos mais seguros, essa habilidade pode fazer de você um atleta profissional. Seja no mar, nos rios, nos lagos ou nas piscinas, o nado é a base para muitos esportes.
Além das disputas de natação tradicionais, em que os atletas competem, braçada após braçada, para completar o percurso em menor tempo, há muitas possibilidades para os nadadores. Uma delas é a natação artística (antes chamada de nado sincronizado), em que os atletas da mesma equipe precisam fazer uma série de movimentos iguais e ao mesmo tempo na água, em uma mistura de natação, ginástica e dança. Há também os saltos ornamentais, em que o atleta salta em uma piscina e, durante a queda, faz acrobacias e outros movimentos. E existe ainda o salto sincronizado, quando dois nadadores pulam ao mesmo tempo na piscina, executando as mesmas acrobacias.
Quando um/a nadador/a decide se dedicar a um esporte profissional, ele/a vive um outro lado das piscinas e das praias. Quem conta mais sobre esse mundo é Ian Matos, atleta de saltos ornamentais do Fluminense Football Club. Ele aprendeu a nadar com dois anos e é atleta desde os 11 anos. “Minha adolescência foi diferente da dos meus amigos. Enquanto eles estavam começando a sair, eu não fazia nada que fosse atrapalhar meus treinos”, conta. Desde então, a rotina é dura. Ian treina de segunda a sexta, de manhã e de tarde. Sem contar as muitas viagens e competições durante o ano.
Mas tudo isso vale a pena quando ele descobre um movimento novo ou surpreende o público com um novo salto. Em uma competição oficial, a altura da plataforma de saltos chega a 10 metros. Ian conta que até sente medo em alguns momentos. Esse é um dos muitos desafios que um atleta tem que superar. “Poder participar das competições internacionais, cumprir os objetivos, conseguir superar o medo de um salto ou de uma técnica diferente… Essas são as coisas que me dão mais prazer”.
O trabalho deu resultado. Hoje, com 30 anos, ele já é considerado um dos melhores atletas de saltos ornamentais da sua categoria! Ele já participou de uma Olimpíada, dois Campeonatos Mundiais de esportes aquáticos, uma Copa do Mundo e três Jogos Pan-americanos. Um currículo de respeito.
Vencer é sempre o objetivo, só que todos os atletas precisam lidar com a derrota. Por isso, Ian deixa um ensinamento importante. “A gente tem que saber que, mesmo tendo talento e treinando bastante, podem ter várias pessoas melhores”, explica. Para seguir a carreira, ele aconselha que o/a jovem esportista seja perseverante. E nada de correr de água fria, é claro!
Quem acha que um atleta precisa cuidar só do corpo se enganou. A mente também é fundamental para um esportista. Tanto que Ian não abriu mão dos estudos. Pelo contrário, ele consegue achar tempo para fazer faculdade de educação física. “Eu sempre me mantive estudando. Meus pais não me deixariam ser atleta sem estudar. Hoje, como aluno de educação física, eu aprendo muita coisa relacionada ao esporte que me ajuda bastante”, finaliza.
Cathia Abreu
Instituto Ciência Hoje/RJ
Matéria publicada em 16.04.2021