É coaxando que eles se entendem

Basta nos afastarmos um pouquinho do agito das cidades e esperarmos o cair da noite, para os cantos ressoarem dos brejos. Cada canto com um encanto!
CROC-CROC… REC-REC… TOC-TOC… FIU-FIU… CRE-CRE… RIBIT-RIBIT…
Mas afinal, quem são os responsáveis por toda essa cantoria? O que será que ela significa?

 

Apesar de ser conhecida pela ciência há mais de 160 anos, somente em 2023 um estudo descreveu o canto da rãzinha-verrucosa.
Foto: JVALacerda

Sapos, rãs e pererecas, que é como conhecemos os anfíbios anuros, podem se comunicar de diferentes formas. As rãzinhas-dançarinas, por exemplo, acenam para outras da mesma espécie levantando braços e pernas, numa sequência de movimentos que mais parece uma dança! As pererecas-do-junco, por outro lado, podem exalar cheiros que auxiliam na escolha de parceiros para reprodução. Machos Já machos de algumas pererecas-de-olho-vermelho podem causar tremulações nos galhos em que estão empoleirados para alertar outros machos de que aquele galho já tem dono. O repertório é enorme! 

Mas, apesar de todas essas possibilidades, a forma mais comum de comunicação dos sapos, rãs e pererecas é através do som. Ou seja, é coaxando que eles conversam! Eles, porque quem canta, geralmente, são os machos adultos. Mas, afinal, qual será o papo deles?

Cada coaxo, um recado

Engana-se quem pensa que as espécies cantam sempre do mesmo jeito. A verdade é que, geralmente, cada tipo de mensagem é representada por um coaxo diferente. Atualmente, são conhecidas 14 formas distintas de vocalizações (sons) que podem ser emitidas com objetivos e contextos diferentes: se reproduzir, se defender, atacar ou se alimentar. 

Ao nos aproximarmos de um brejo, a diversificada cantoria que ouvimos quase sempre se refere aos cantos da reprodução, ou seja, diferentes espécies estão anunciando que ali se juntam para gerarem filhotes. Esses cantos costumam vir dos machos para atrair as fêmeas ou para comunicar a outros machos que aquele território já tem dono! E não é só isso: uma única espécie ainda pode fazer outros seis tipos de cantos em diferentes momentos da reprodução.

João Victor A. Lacerda
Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA)

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