A mulher que não pôde amar

Filipa de Sousa, a portuguesa que foi julgada e condenada no Brasil

Filipa de Sousa nasceu em Portugal por volta de 1556 e, como outros portugueses da época, cruzou o oceano Atlântico para morar no Brasil. Sabia ler e escrever, algo bem raro no período colonial brasileiro. Era costureira, não tinha filhos e, tendo ficado viúva, casou-se pela segunda vez.

Mudar-se para a América era uma chance de sobrevivência para muitos portugueses, mas não para Filipa. Ela foi julgada e condenada por amar e

O julgamento e a condenação de Filipa foram feitos pela Inquisição (ou Tribunal do Santo Ofício), uma espécie de júri da Igreja Católica, que se reunia para julgar ações e comportamentos considerados inaceitáveis

Ilustração Evandro Marenda

pelo catolicismo. Filipa foi uma das vítimas desse tribunal. namorar com mulheres. Por isso, ela sofreu também preconceito no Brasil.

A ação do Santo Ofício era quase nenhuma no Brasil Colonial. Porém, depois de meados da década de 1580, o tribunal se tornou mais presente – vinham representantes de Portugal para observar a colônia. A primeira dessas visitas foi entre 1591 e 1595, quando o Santo Ofício percorreu Bahia, Paraíba, Pernambuco e Itamaracá (ilha que hoje pertence a Pernambuco). Essas áreas eram consideradas importantes por conta da produção de açúcar. E foi nesta primeira visita do tribunal ao Brasil que Filipa foi presa, em 18 de dezembro de 1591, sob a acusação de que se relacionava com outras mulheres.

 


Pedro Krause
Professor do Departamento de História do Colégio Pedro II
Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Sou professor de História e adoro falar sobre as personalidades que marcaram o Brasil de outras épocas!

Matéria publicada em 01.06.2022

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