Tradutor(a)!

Ilustração Walter Vasconcelos

Talvez você nunca tenha ouvido falar dessa profissão, mas, com certeza, ela já te ajudou em vários momentos. O tradutor (ou tradutora) tem uma tarefa importante e que exige muita atenção. Por quê? Porque a tradução é capaz de conectar pessoas que são tão diferentes a ponto de não falarem nem entenderem o idioma uma da outra. E não apenas em uma conversa. Isso também acontece, por exemplo, com livros de escritores estrangeiros e com filmes. É o tradutor ou a tradutora quem traduz conversas, textos e faz aquelas legendas que aparecem nos mais diferentes programas que assistimos.

Quem contou à CHC um pouco mais sobre o trabalho como tradutor foi Alex Sandro Ramos. Alex foi apresentado à profissão de uma maneira muito bonita. Ele é fluente em Libras, a língua brasileira de sinais, e fez um grande amigo que é deficiente auditivo. Nas rodas de conversa, ele passou a ajudar esse amigo a se comunicar com outras pessoas. Foi quando ele percebeu que levava jeito para a tradução.

“Gosto de brincar que eu não escolhi essa profissão, foi ela que me escolheu. Certo dia, tive contato com uma professora surda que falou que eu deveria fazer um curso de tradução e interpretação de Libras. Na prática, eu já era um tradutor, mas foi quando eu me tornei oficialmente um profissional da área”, conta.

Quem escolhe a tradução pode trabalhar em qualquer área: da política ao cinema. Governos, empresas, produções artísticas, jornalismo… São muitas as possibilidades para tradutores e tradutoras. Se você gosta de se comunicar e tem interesse em conhecer outros idiomas, deve pensar com carinho nessa profissão. O caminho mais comum é a faculdade de letras. Mas não é o único, como mostrou Alex.

“Tenho acesso a conteúdos diversos e que ninguém poderia imaginar! Ser tradutor ou intérprete me deu a chance de conhecer assuntos e lugares que eu não teria acesso com outra profissão”, explica.

Dos desafios, talvez o maior seja a tradução simultânea: quando é preciso traduzir, naquele instante, o que está sendo dito em um idioma para uma pessoa ou um grupo de pessoas que não compreende a língua que está sendo falada (como acontece, por exemplo, na cerimônia do Oscar, o grande prêmio do cinema). A tradução simultânea também é necessária em uma conversa entre duas pessoas que não falam a língua uma da outra. O tradutor ou a tradutora ouve, por exemplo, em chinês e traduz para o português e, depois, faz o contrário: ouve em português e traduz para o chinês. Alex explica como faz para não dar um nó na cabeça no meio de um papo poliglota, ou seja, que envolve idiomas diferentes:

“É preciso um tipo de ensaio. Eu preciso me preparar e pesquisar sobre o conteúdo que será abordado. É preciso saber os termos de cada língua, ver qual se encaixa melhor na tradução. Podem acontecer muitos problemas, então, tem que saber improvisar e ser uma pessoa dinâmica”, diz.

Conhecer lugares e pessoas diferentes ou ter acesso a livros e filmes diversos são alguns pontos que podem atrair quem pensa em seguir essa carreira. Se você se interessou, Alex tem um último recado:

“É uma carreira que vale a pena e deve ser reconhecida, porque é uma profissão que lida com as pessoas. Todo mundo tem o direito de estar em todos os lugares e se comunicar. Nós, tradutores, ajudamos a garantir isso”.

 

Cathia Abreu

Instituto Ciência Hoje

Matéria publicada em 24.05.2021

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