Designer de jogos!

Sabe aquele seu jogo de computador preferido? E o de videogame? Eles não são apenas diversão. Bolar um jogo não é brincadeira! Exige de quem o cria muita inspiração e conhecimento sobre tecnologia. Esse é o trabalho do/a designer de jogos. Ele ou ela desenham os jogos que podem rodar no computador, em videogames, celulares, tablets etc.

O processo para cada jogo é diferente, explica Delmar Galisi Domingues, coordenador do curso de Design de Games da Universidade Anhembi Morumbi. Um jogo simples, por exemplo, pode ser feito por apenas uma pessoa. Mas é muito raro que seja assim! Normalmente, por menor que o jogo seja, a equipe tem pelo menos um designer de jogos, um artista, um programador… E alguns jogos têm equipes enormes, e levam meses e anos para serem desenvolvidos. A escala de produção é parecida com a de um filme de cinema! Quer saber tudo o que está em jogo? É só ler a entrevista abaixo!

Ilustração Marcelo Badari

Ciência Hoje das Crianças: O que faz um/a designer de jogos?

Delmar Galisi Domingues: É o profissional que projeta os jogos para rodar no computador, redes de computadores, consoles de videogames ou dispositivos móveis, como tablets ou smartphones. Ele determina a aparência e a mecânica de um game. Deve elaborar os personagens e o cenário do jogo, pensar na experiência que o jogo pretende transmitir e nas regras a que o jogador estará submetido, tudo para fazer de um jogo algo divertido.

 

CHC: Como é o dia a dia desse/a profissional?

DGD: Trata-se de uma rotina de trabalho de equipes da indústria criativa, muito mais informal do que numa empresa mais corporativa. Há muita conversa, discussão e trocas com os outros profissionais envolvidos na escala de produção de um jogo. A rotina envolve desenvolvimento de protótipos, testes, supervisão da equipe no design do jogo em desenvolvimento.

 

CHC: Quantas pessoas trabalham normalmente na criação de um jogo? 

DGD: Depende muito do jogo. Normalmente, por menor que o jogo seja, é preciso um designer de games, um artista e um programador. Já games de ponta precisam de equipes enormes. Levam meses ou às vezes anos para serem desenvolvidos e envolvem cifras milionárias. É uma escala de produção semelhante a de um filme de cinema.

 

CHC: E quais são as fases de desenvolvimento dos jogos?

DGD: Um game começa por um conceito, uma ideia central e, em seguida, vem o detalhamento da mecânica do jogo. Se a equipe perceber que o jogo é divertido, inicia-se a escala de produção. Entram nesta fase, artistas 2D e 3D. Se for o caso, programadores, animadores, designers de som e, às vezes, roteiristas. O designer de jogo vai avaliando se a mecânica do jogo está de acordo com base em diversos protótipos, e um produtor supervisiona todo o processo.

 

CHC: De onde vem tanta inspiração para criar um jogo?

DGD: A inspiração pode vir de qualquer lugar e, por isso, designers costumam buscar referências não somente em outros jogos, mas em outras manifestações culturais como cinema, literatura, arte, quadrinhos etc. Às vezes, a ideia vem simplesmente da percepção de novas demandas da comunidade de jogadores. Alguns jogos digitais nascem da encomenda de publicadoras, editoras etc., que identificam oportunidades ou necessidades e procuram as produtoras de games com pedidos específicos. Por exemplo, desenvolver um game que seja a adaptação de um novo filme ou a produção de um jogo que seja uma releitura de um game que foi lançado no início dos anos 1990…

 

CHC: O que não pode faltar em um/a designer de jogos? 

DGD: Se quiser atuar na área de design de jogos propriamente dita, é importante que o candidato tenha uma experiência com jogos, tanto digitais, quanto os físicos. Ou seja, jogar é fundamental. Mas é preciso também gostar de literatura, cinema, arte e outras manifestações culturais, já que muitas das ideias de jogos podem vir de qualquer referência. É necessário também gostar de tecnologia, principalmente as digitais. É preciso ainda que o profissional desta área seja muito organizado e saiba trabalhar em grupo. Na área de games, é preciso fazer muitos protótipos para testes, e o candidato à área terá que lidar com o restante da equipe durante todo o processo de criação e desenvolvimento do jogo.

 

CHC: E não dá vontade de só ficar jogando? 

DGD: É importante entender que jogar é uma coisa e desenvolver é outra muito diferente. São habilidades distintas. Evidentemente, jogar é fundamental para adquirir repertório na área. Mas ser bom jogador não garante que o designer será bom profissional. Aliás, depois que começa a trabalhar na área, sobra pouco tempo para jogar!

 

Elisa Martins, 

Jornalista,
Especial para a CHC. 

Matéria publicada em 28.12.2019

Comentário (1)

  1. Meu nome e Miguel Andrade Câmara, tenho 8 anos
    Eu gostei muito sobre o designer de jogos.
    Não sabia que para fazer um jogo e tãooo dificil
    Se eu fosse fazer um jogo eu iria querer ser o desenhista

    Agora eu quero saber mais sobre designer de jogos.

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