Maria Pamonha

Lenda do folclore brasileiro

Ilustração Mariana Massarani

Pamonha é uma comida feita de milho. É bem molinha e esfarela fácil. Pois o apelido de Maria era Maria Pamonha. Caçoavam da menina porque ela era muito tímida e frágil. Ninguém sabe ao certo de onde Maria veio. Ela simplesmente apareceu na porta da casa da fazenda, toda suja e com muita fome. Recebeu roupas limpas, comida e passou a morar na casa. Quando perguntavam seu nome, ela dizia: “Maria”, muito baixinho, com um fiozinho de voz. As outras crianças da fazenda, então, gritavam: “Maria Pamonha! Maria Pamonha!”, e isso fazia a menina chorar à beça.

A menina cresceu e se tornou empregada na casa. O dono da fazenda tinha um filho, que sempre desprezava a moça, mas por quem ela era apaixonada. Um belo dia, o rapaz foi chamado para ir ao baile da cidade. Maria também teve vontade de ir, mas o jovem fez pouco caso da menina: “Quem você pensa que é para ir ao baile comigo? Se chegar perto de mim, ganha uma sapatada!”.

Quando o filho do patrão saiu para o baile, Maria Pamonha correu até o poço. Tomou um banho e se perfumou com capim-cheiroso e alfazema. Voltou para casa, pôs um lindo vestido da filha da patroa, prendeu os cabelos e foi para o baile. Quando a jovem entrou, todos ficaram deslumbrados com a beleza da desconhecida, até o filho do dono da fazenda, que logo quis saber de onde ela era. Maria Pamonha respondeu: “Sou da cidade da sapatada”. O rapaz não entendeu nada, mas já estava apaixonado e presenteou a moça com um anel.

O baile terminou e o rapaz nunca mais viu a bela jovem. Inconformado, adoeceu de tanto amor. Todos na fazenda estavam muito preocupados. Maria, vendo a aflição da mãe do rapaz, se ofereceu para fazer um mingau e levar para ele. Dentro do mingau, Maria Pamonha colocou o anel que ganhara no baile. O rapaz comeu o mingau, que estava delicioso, e encontrou o anel. Admirado, ele perguntou quem fez o mingau. Maria Pamonha apareceu toda arrumada, e o rapaz reconheceu a bela dama. “Ora, ora, quem diria? As aparências enganam!”, pensou ele, muito arrependido. Dizem que Maria, que nada tinha de pamonha, ainda não decidiu se perdoa ou não o rapaz.

 

Esta lenda do folclore brasileiro foi livremente adaptada pela CHC, do site
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf.

Matéria publicada em 23.01.2020

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