Atropelamento de morcegos

Você já ouviu falar que morcegos são mamíferos, que dormem pendurados de cabeça para baixo, que alguns se alimentam de sangue, mas aposto que nunca que lhe contaram que muitos morcegos morrem atropelados.

 

Ilustração Jaca

Para a maior parte das pessoas, os morcegos passam despercebidos no dia a dia. A não ser que eles entrem em casa. Aí, a confusão está armada! Esses mamíferos voadores dão rasantes que assustam os desavisados. Nas ruas da cidade, é preciso ter olhos muito atentos para avistá-los em meio à folhagem das árvores.

Embora não vejamos os morcegos com frequência, não podemos esquecer o quanto eles são importantes na natureza. Esses animais são essenciais para a regeneração das florestas e outros serviços ecológicos. Quer exemplos? Muitas espécies de morcegos se alimentam de frutas e, quando fazem cocô, eliminam as sementes, que caem no solo e fazem brotar novas plantas. Já as que se alimentam do néctar das flores, podem carregar o pólen grudado em seu corpo e, ao pousarem, em outra flor, possibilitam a reprodução das plantas.

Mas, acredite: voando daqui para lá, os morcegos são rotineiramente atropelados em muitas estradas brasileiras. Pesquisas recentes demonstram que centenas deles (podendo chegar a milhares em algumas rodovias) morrem todos os anos em diferentes regiões do país, especialmente em trechos que cortam ou são vizinhos de grandes áreas verdes, como é o caso das unidades de conservação.

Helio Secco,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Conservação,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Renan de França Souza,
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Rafael de Souza Laurindo,
Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada,
Universidade Federal de Lavras.

Marcia Aguieiras,
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Roberto Leonan Morim Novaes,
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Matéria publicada em 04.01.2020

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