Você conhece a ave da foto? É o albatroz-viageiro, que é chamado também, pelos cientistas, Diomedea exulans, uma das 22 espécies de albatrozes existentes no planeta! Todas elas são adaptadas à vida oceânica, verdadeiras especialistas em voar grandes distâncias sem bater suas longas e estreitas asas, que podem chegar a três metros e meio, de uma ponta à outra, quando abertas. Planando ao redor da Terra sem nem cansar tanto, utilizam as correntes de vento que passam sobre as ondas do mar.
Para sustentar esse voo suave, precisam estar bem alimentados. Então, são excelentes pescadores: seus bicos afiados e fortes ajudam na captura de lulas e peixes pequenos. Para encher a barriga, petiscando aqui e ali no oceano, um albatroz pode viajar até 700 quilômetros por dia. Imagina só percorrer com as suas pernas toda essa distância?! É como dar 350 voltas ao redor no Estádio Maracanã, localizado no Rio de Janeiro.
Entre os diferentes tipos de aves existentes no mundo, as marinhas são as mais ameaçadas de extinção, já que neste ambiente elas ficam expostas a vários perigos. Ou seja: mesmo em alto mar, o destino do albatroz pode ser definido pelas nossas ações em terra firme.
Agora, imagine que você pode voar e deslizar pelas correntes de ar em cima das ondas brilhantes. Você veria de perto os navios, que mais parecem pontinhos movendo-se suavemente no horizonte, pousaria em ilhas que parecem flutuar no oceano, e também seria testemunha de imensos aglomerados de plástico boiando nas águas. Esta última imagem é resultado da ação humana em terra firme, porque, mesmo jogado longe das praias, o lixo dispensado pode chegar ao oceano e se tornar um perigo mortal para todos os animais marinhos. Afinal, eles podem confundir as embalagens plásticas com alimento. Isso pode ser fatal para muitas espécies, incluindo o albatroz. Mas não é só lixo que pode causar danos a esses animais: a pesca acidental é outro exemplo de como afetamos a vida deles.
O Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, é uma das organizações no mundo que ajudam a manter os albatrozes seguros, contado com a ajuda de diferentes pessoas, como crianças, pescadores e governantes.
Todas as pessoas podem fazer parte dessa batalha contra os impactos no oceano. Uma das maneiras é ter responsabilidade sobre o destino correto do nosso próprio lixo. Praticando ações simples, porém diárias, contribuímos para proteger muitos seres vivos. Cada escolha feita em nossas vidas, desde repensar o consumo, reciclar os resíduos e até cobrar por leis ambientais mais rigorosas, faz a diferença para o destino dos albatrozes e de muitas outras espécies.
Thaís Cândido Lopes
Educadora Ambiental do Projeto Albatroz
Engenheira Ambiental e Cientista do Mar
Yago Ferreira Nascimento
Educomunicador ambiental do Projeto Albatroz
Cientista do Mar
Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo
Matéria publicada em 05.07.2024