Há cerca 300 anos a política dos países da Europa começou a mudar. Se antes poucos participavam das decisões que afetavam a comunidade, a partir do século 18, mais e mais indivíduos puderam expressar a sua vontade política. Cada homem tinha o direito de se expressar por meio de um voto. Isso significava que todas as opiniões contavam de igual forma. Mas estamos falando dos indivíduos homens, porque as mulheres – acredite! – não foram convidadas a se manifestar.
Isso aborreceu algumas mulheres, que se queixaram por não serem tratadas de maneira igual aos homens e se perguntaram: “Como podemos obedecer a leis se não participamos da elaboração delas?”. As respostas que recebiam para manter as coisas do jeito que estavam eram as mais variadas e criativas…
O que mais ouviam era que as mulheres deveriam se dedicar apenas aos assuntos da casa. Ouviam ainda que a “natureza” havia feito as mulheres de modo diferente dos homens e, por isso, elas eram menos capazes de compreender as complicadas questões da política. E escola parecia não apoiá-las também: os meninos eram educados de modo diferente das meninas, que passavam mais tempo bordando do que aprendendo a ler e escrever.
Teresa Cristina de Novaes Marques
Departamento de História
Universidade de Brasília
Matéria publicada em 20.11.2020
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