Mico-leão-preto

Conheça um primata ameaçado de extinção que é o animal símbolo do estado de São Paulo.

Em 1822, Johann Natterer, um naturalista austríaco, explorava o interior do estado de São Paulo, quando encontrou, próximo à região de Sorocaba, uma pequena espécie de primata, um mico, até então nunca visto por outros pesquisadores. Era o mico-leão-preto, que se diferencia das outras três espécies de micos-leões por ter a coloração predominantemente negra.

Os anos se passaram e apenas em 1902 e 1905 mais alguns poucos indivíduos desta espécie foram encontrados em novas localidades do estado. Antes, esses pequenos micos podiam ser encontrados em boa parte do sul e oeste do estado de São Paulo, nas florestas entre os rios Paranapanema e Tietê. Com a crescente destruição da vegetação natural por fazendas, hidrelétricas e cidades, a espécie ficou restrita a pequenas matas isoladas nesta região.

O mico-leão-preto (Leontophitecus crysopygus) é uma espécie encontrada apenas em algumas poucas matas das regiões oeste e sul do estado de São Paulo.
Ruth Flick/Wikimedia Commons
O Parque Estadual do Morro do Diabo é uma grande área de conservação da Mata Atlântica do interior de São Paulo e abriga também cerca de mil indivíduos de mico-leão-preto, a maior população que resta dessa espécie.
Instituto de Pesquisas Ecológicas – Wikimedia Commons

O mico-leão-preto foi considerado extinto por 65 anos, até que, em 1970, uma nova população foi finalmente descoberta no extremo oeste de São Paulo, na região conhecida como Pontal do Paranapanema. Essa descoberta levou à criação de uma área de preservação especial para a espécie, o Parque Estadual Morro do Diabo. Desde então outras unidades de conservação foram criadas tendo como espécie-bandeira o mico-leão-preto, como as Estações Ecológicas Caetetus, de Angatuba e outra que leva o próprio nome de Mico-leão-preto.

Essas medidas de preservação estão ajudando a recuperar a espécie, que já foi considerada “criticamente ameaçada” e hoje

consta como “em perigo”. Mas os cientistas e ambientalistas não estão satisfeitos. Entre as novas estratégias de conservação da espécie estão a criação de corredores ecológicos (áreas de mata interligando florestas isoladas) e a manutenção de populações de cativeiro e centros de fauna. Tomara que eles tenham sucesso para que em breve possamos encontrar essas criaturinhas com mais facilidade nas florestas paulistas!


Vinícius São Pedro,
Centro de Ciências da Natureza,

Universidade Federal de São Carlos

Sou biólogo e, desde pequeno, apaixonado pela natureza. Um dos meus passatempos favoritos é observar animais, plantas e paisagens naturais.

Matéria publicada em 27.02.2019

COMENTÁRIOS

  • Anna Elise

    Torço para que eles não sejam extintos!

    Publicado em 11 de maio de 2019 Responder

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