O que existe em comum entre os anos de 2016 e 2023 além dos recordes de calor é um velho fenômeno conhecido da ciência chamado El Niño. Já ouviu falar dele?
El Niño é um aquecimento além do normal das águas do oceano Pacífico, que ocorre de tempos em tempos, próximo à costa oeste da América do Sul, pertinho do Peru e do Equador. Quando essas águas estão mais quentes, os chamados ventos alísios, que sopram todo ano do leste para o oeste nesta região e influenciam o tempo e o clima de todo o planeta, espalham calor pela América do Sul, com destaque para o Brasil.
A atuação do El Niño pode ser mais percebida nos meses da primavera e segue verão afora. Assim, nessas estações, observamos um aumento das chuvas no Sul do Brasil, seguido pelo aumento das temperaturas no Centro-Oeste e em parte do Sudeste. Ao mesmo tempo, há uma diminuição nas chuvas no Nordeste e em parte do Norte do país.
Mas se El Niño é um fenômeno já conhecido que se repete, porque estamos associando a ele o calor extremo que vem sendo observado? Por uma razão muito simples e muito perigosa: as atividades humanas estão intensificando os fenômenos climáticos naturais e provocando mudanças no clima da Terra. Vamos entender melhor?
Efeito estufa é um termo familiar para você? Pois, assim como numa estufa de plantas, em que o teto de vidro retém parte do calor do Sol para que os vegetais se desenvolvam, a atmosfera da Terra (que é a camada de gases que envolve o planeta) também retém parte do calor do Sol, possibilitando a existência da vida por aqui. O efeito estufa, portanto, é algo positivo para a Terra. Acontece que muitas atividades humanas têm lançado mais e mais gases de efeito estufa no ambiente. Isso ocorre, por exemplo, quando as indústrias e os meios de transporte soltam a fumaça resultante da queima de combustíveis derivados de petróleo, quando há incêndios florestais, desmatamento…
Com o efeito estufa intensificado por nossas atividades, passamos a ter um fenômeno chamado aquecimento global. Sim, passamos a observar que as temperaturas médias da Terra estão se tornando mais altas, o que tem consequências sobre os ventos, as chuvas… Percebeu a relação com a intensificação do El Niño?
Os dois anos mais quentes da história, 2016 e 2023, desafiam os cientistas porque sugerem que, na medida em que o El Niño se torna mais extremo, por conta das mudanças climáticas, seus efeitos no tempo e no clima também podem ser mais fortes.
Tempo e clima são conceitos diferentes, sabia? A Organização Meteorológica Mundial (OMM) define o tempo atmosférico como o estado da atmosfera num determinado momento, o que inclui temperatura, chuva, pressão atmosférica, vento e umidade. Já o clima tem relação com condições meteorológicas (quente, frio, temperado) em um determinado local (continente, país, cidade etc.) durante um longo período. A OMM define um período de 30 anos para determinar as condições médias do clima de uma região.
Considerando as diferenças entre tempo e clima, entendemos que 2016 e 2023 foram marcados por eventos extremos de tempo atmosférico em que dias muito quentes consecutivos acabaram ajudando a fazer subir as médias de temperatura mensais, contribuindo para a quebra de recordes em alguns dos meses.
Em 2016, houve uma grande onda de calor no Ártico. Com os episódios El Niño na região, o gelo marinho reduziu. Após intensa investigação, as pesquisas provaram que o aquecimento foi influenciado pelas mudanças climáticas. O mesmo pode-se dizer de 2023, quando ondas de calor atingiram parte significativa do território brasileiro.
Esse termo se tornou bem popular, mas você sabe o que significa? O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) define onda de calor como o período de 2 a 3 dias consecutivos com temperaturas pelo menos cinco graus acima da média do mês, em um determinado local. No Brasil, somente em 2023, foram registradas oito ondas de calor, sendo cinco delas a partir do mês de agosto, quando o El Niño já estava instalado.
O aumento de episódios extremos prejudica a qualidade de vida das pessoas. Nas grandes cidades, as ondas de calor acabaram por colocar na ordem do dia a necessidade de repensar o espaço urbano para enfrentar o calorão e suas consequências.
Ruas arborizadas, construção de espaços públicos verdes, instalação de chafarizes, melhoria nos transportes coletivos com a instalação de ar condicionado em toda a frota são exemplos de ações que precisam ser colocadas em prática com urgência.
Indo mais longe, o mundo todo precisa de mais debates e resoluções sobre a importância do combate ao desmatamento, da manutenção das florestas, da redução de emissão de poluentes… Vamos precisar da colaboração de todos, pessoas comuns e governantes, para garantir um futuro menos trágico e mais agradável para o planeta.
Núbia Beray Armond
Departamento de Geografia
Universidade de Indiana (Estados Unidos)
Instituto de Geociências
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Matéria publicada em 31.01.2024
NICOLE
Nossa muito legal eu vi que estava muito calor mas não imaginei que ia quebrar os recordes de todos os anos
OBRIGADO POR PUBLICAR ISSO
Maria da Graça Moraes Braga Martin
Eu neto da Maria da Graça, achei uma matéria muito interessante, pois fala sobre o aquecimento global, o el
niño, etc.
Juan Daniel da Silva Ramos
Oi chc, adoro ler os livros de vcs. Podem publicar mais
Muirilo
Muito bom essa matéria, eu aprendi coisas que eu não sabia do El niño e também coisas que eu não sabia sobre os recordes de calor.
Murilo
Muito bom essa matéria, eu aprendi coisas que eu não sabia do El niño e também coisas que eu não sabia sobre os recordes de calor.
Guilherme Leite de Oliveira
Obrigado pela informação pois não sabia que está tão quente, adorei a publicação
Rafaella
Achei interessante pois fala de poluição
CAUÊ
Otexto fala sobre o calor e eu achei muito interessante sobre o recorde de temperatura
EE VICENTE CASALE PADOVANI PROFESSOR EE
Caro CHC,
Nós, alunos do 3A, queremos expressar nosso apreço pela recente reportagem sobre o El Niño. Aprendemos muito sobre como esse fenômeno natural se relaciona com as mudanças climáticas e os recordes de temperatura. Ficamos surpresos com a influência do El Niño nas condições meteorológicas do Brasil e agora entendemos a importância de agir contra as emissões de gases de efeito estufa. Parabéns pela informação valiosa!
Atenciosamente,
Alunos do 3A
Analaura
Edoeo demais ver q vc está contribuindo com o meio ambiente e as pessoas estão poluindo ?
josias
adoro essa revista
Lucila
Ameiii. Amo essas leituras diárias
Laura
??
anna clara
foi lindo
Laura
?
Turma do 3 ° ano A da Prof. Viviane
Olá turma da CHC .
somos alunos do 3° A da escola estadual prof. Jose Domingues Rodrigues de Santa Bárbara d Oeste.
Gostamos muito da matéria “Calor Escaldante” da edição 351, aprendemos coisas que não sabíamos ex: os recordes de calor de 2016 e 2023, embora o de 2023 nós sentimos. Interessante saber sobre o derretimento das calota polares da importância de áreas verdes para amenizar o calor, e o tal efeito estufa que aprendemos agora o que é.
Enfim gostamos muito também da maneira como o texto foi escrito, pois entendemos tudo!!!
Continuem escrevendo mais sobre esse assunto, pois esse tema é para além de saber “é para fazer”,
Um abraço,
Alunos do 3 ano A de Santa Bárbara d’ Oeste-SP.
Carolina Dantas
Olá CHC!
Fiquei feliz em ver meu comentário na notícia sobre o habitat dos cangurus.
Continuo indicando a leitura da revista para os meus alunos. E estou ansiosa por ver os comentários deles por aqui. O assunto é bem atual e de importante aprendizado.
Um abraço!
Isa
Interessante
batata
eu vi como o mundo esta quente depois de ler esse texto.
Sofia vilela belczak
gostei.
foi muito ruim 2023.
Aline
texto motivador.GOSTEI
mateus
Que triste !!!!!!!!!! SE agente não parar com isso nosso mundo vai ficar pior ainda do que esta agora,então temos que parar de piorar o mundo!!!!!!!!!!!!!!