Mundo de curiosidades

Joelho de ave dobra para trás?

Ilustrações Jaca

Ao ver uma galinha ciscar o chão ou um pombo andando pela praça temos a impressão de que o joelho deles dobra para trás. Será verdade? Os anatomistas – especialistas nas estruturas do corpo dos seres vivos – dividem o nosso membro inferior em três partes: coxa, perna e pé. Costumamos chamar de “perna” todo o membro, mas, tecnicamente, a perna é a parte entre o joelho e o tornozelo. 

Os membros inferiores de uma ave são muito parecidos com os nossos, mas com algumas diferenças. Em vez de cinco dedos em cada pé, elas têm quatro, três ou só dois dedos, dependendo da espécie. E, enquanto nós caminhamos com a planta dos pés no chão, as aves caminham só com os dedos!  

O pé de uma ave é comprido e não toca o chão. Além disso, costuma ter a pele coberta por escamas, sem penas. Isso faz com que muita gente pense que esta é a perna, mas não é. Isso quer dizer que o que parece ser um joelho se dobrando para trás é, na verdade, o tornozelo!

Gráfico Nato Gomes

Henrique Caldeira Costa
Departamento de Zoologia
Universidade Federal de Juiz de Fora

Pessoas surdas percebem sons?

A surdez pode ser classificada como leve, moderada, severa ou profunda. Isso faz toda diferença em como as pessoas surdas percebem, ou não, algumas frequências do som. 

O som é composto por um conjunto de frequências, que são altas, médias e baixas. Pessoas com surdez leve ou moderada conseguem perceber as frequências mais baixas, por exemplo. Geralmente, usam um aparelho auditivo, que funciona como um amplificador, aumentando o som.

Já pessoas com surdez severa ou profunda têm maior dificuldade em perceber o som e sua variação de frequências. É como se fosse uma vibração, parecida ao efeito da batida das baterias das escolas de samba. Nesses casos, os médicos podem optar pelo uso de um implante para estimular diretamente o nervo auditivo, que é o responsável por enviar ao cérebro os sinais sonoros do ambiente.

Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências
Universidade Federal Fluminense

Vacina à vista!

O ano de 2024 começa com uma excelente notícia: o Ministério da Saúde incluiu a vacina contra a covid-19 para crianças entre seis meses e cinco anos de idade no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A vacina utilizada será a Pfizer infantil (frasco com tampa roxa), que será aplicada em três doses. Essa vacina foi testada e avaliada em crianças e se mostrou muito segura e eficaz.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as crianças podem sim se tornar vítimas de quadros graves causados pela covid. Apesar de o risco ser mais baixo, quando comparamos com outras faixas etárias, muitas crianças podem desenvolver a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Só em 2023 foram 5.310 casos de SRAG associada à covid em crianças no Brasil, sendo que 153 dessas crianças perderam a vida. Graças à inclusão da vacina no calendário vacinal, esses números devem cair rapidamente e se aproximar do zero nos próximos anos.

Leandro Lobo
Instituto de Microbiologia Paulo de Góes
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Clima e tempo, sabe a diferença?

Clima e tempo – anote aí! – não são sinônimos. Para compreender bem as mudanças climáticas, é importante saber diferenciá-los. O tempo se refere ao estado momentâneo e atual das condições meteorológicas. Assim, quando se diz, por exemplo, que hoje está frio e chuvoso em uma determinada cidade, estamos nos referindo ao tempo. Já o clima se refere aos padrões de variação das condições meteorológicas ao longo dos anos. Por esta razão, mesmo que as mudanças climáticas atuais estejam relacionadas ao aquecimento global, é possível que ainda ocorram dias muito frios no inverno. Afinal, as mudanças climáticas dizem respeito às tendências gerais (globais e duradouras) e não aos eventos locais e momentâneos.

Vinicius São Pedro
Centro de Ciências da Natureza
Universidade Federal de São Carlos

Mosquito pelo mundo

Sabia que o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue e de outras doenças, começou a se espalhar pelo mundo entre os séculos 15 e 17? Ele veio da África para às Américas a bordo dos navios que traficavam africanos escravizados. No século 19, com a abertura do Canal de Suez, que ligou o mar Mediterrâneo ao mar Vermelho, no Egito, houve o aumento do comércio com a Ásia e o mosquito se espalhou também para esse continente, para a Austrália e para a região sul do oceano Pacífico.

Andrea T. Da Poian
Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Matéria publicada em 31.01.2024

Seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Outros conteúdos desta edição

700_280 att-44433
700_280 att-44445
700_280 att-44372
700_280 att-44361
700_280 att-44350
700_280 att-44471
700_280 att-44466
700_280 att-44508
700_280 att-44497
700_280 att-44409
700_280 att-44423
700_280 att-44502
700_280 att-44492
700_280 att-44415
700_280 att-44513

Outros conteúdos nesta categoria

700_280 att-47245
700_280 att-47070
700_280 att-46901
700_280 att-46631
700_280 att-45771
700_280 att-45266
700_280 att-45104
700_280 att-44892
700_280 att-44656
700_280 att-44019
700_280 att-43727
700_280 att-43516
700_280 att-42931
700_280 att-43090
700_280 att-42071