Gente, alguém pode chamar o médico?! Mas que médico? Um especialista em medicina esportiva, é claro! Eles são o socorro certo para os atletas, mas não entram em cena somente quando alguém se machuca. Eles acompanham os atletas no dia a dia, dando orientações para uma vida saudável, para evitar lesões e também para prestar socorro. Para entender um pouco mais sobre a medicina esportiva, a CHC conversou com Marcio Tannure, que é chefe do departamento médico do Flamengo e também acompanha atletas das artes marciais, do UFC.
Ciência Hoje das Crianças: O que é a medicina esportiva?
Marcio Tannure: Medicina esportiva é parte da medicina com o foco na avaliação, prevenção de lesões e cardiologia do esporte, por exemplo. Cuida do paciente para que possa fazer atividades físicas com saúde e até para tratamento de algumas doenças.
CHC: Qual a diferença entre cuidar de uma pessoa que pratica atividades físicas regulares e de um atleta?
MT: Uma das principais diferenças é que as pessoas “normais” buscam saúde e bem-estar. O atleta busca resultado.
CHC: A medicina esportiva trata só de atletas? Ou vale para qualquer pessoa?
MT: Vale para qualquer pessoa que pratique ou queira praticar atividades físicas. Quando uma pessoa começa a praticar, o corpo dela muda. Seja atleta ou não.
CHC: Você sempre quis atuar nessa área?
MT: Sim, desde que entrei na faculdade já tinha essa vontade e comecei a atuar na área ainda como estagiário.
CHC: O que precisou estudar para chegar lá?
MT: Depois da faculdade de medicina, fiz residência em ortopedia e traumatologia e, depois, especialização em fisiologia e medicina do esporte.
CHC:Como é o seu dia a dia no centro de treinamentos? O que precisa fazer?
MT: É bem dinâmico. Acompanhamos treinos, jogos, viagens e cuidamos da saúde dos atletas, além de tratar das lesões.
CHC: Como é conviver com os jogadores? Você está com eles quase todo dia e até viaja com o clube.
MT: É uma relação intensa. Muitas vezes estamos mais tempo junto deles do que com as nossas famílias. Mas a relação é altamente profissional e de extremo respeito.
CHC: Sente que também tem um pouco do seu trabalho em cada vitória ou título?
MT: Com certeza, é de todos da comissão técnica e funcionários do clube. Sem essa estrutura física e humana nada aconteceria.
CHC: Qual é a diferença da sua rotina de trabalho no futebol e no UFC?
MT: No futebol, acompanho o dia a dia. No UFC, o trabalho fica mais intenso na semana que antecede a luta. E principalmente durante e após a luta, para cuidar dos atletas.
CHC: O que diria para uma criança que sonha em trabalhar com isso?
MT: Diria que tem que amar o que faz. Precisa de muita dedicação e não pode desistir. É uma profissão que dá muita alegria.
Thayuan Leiras,
Jornalista,
Especial para a CHC.
Matéria publicada em 28.06.2018