Muitas espécies de seres vivos evoluíram para tirar proveito de outras, geralmente alimentando-se delas aos poucos, numa relação chamada de parasitismo. Mas a vida de um parasita não é tão fácil quanto parece. Uma de suas maiores dificuldades é conseguir infectar novos indivíduos e garantir que as futuras gerações terão onde se desenvolver.
Para organismos geralmente pequenos ou que se movimentam pouco, não é fácil simplesmente sair por aí à procura do próximo hospedeiro. Para contornar essa dificuldade, os parasitas desenvolveram diferentes estratégias. Uma pulga, por exemplo, pode dar saltos imensos de um hospedeiro para o outro. Vírus podem induzir seus hospedeiros a espirrar ou tossir para serem dispersos pelo ar. Mas alguns parasitas usam uma estratégia que parece saída de um filme de terror: eles passam a controlar a mente e o comportamento de seus hospedeiros!
Há um tipo de fungo, por exemplo, comum em florestas tropicais, conhecido por parasitar especialmente formigas. Dias após ser infectada, uma formiga passa a agir como um verdadeiro zumbi. Ela abandona as companheiras, tem espasmos constantes e começa a andar sozinha sem rumo, até que sobe em algum arbusto e crava fortemente as mandíbula em uma folha, de onde não sai mais. É que, enquanto o fungo se alimenta das partes internas da formiga, de alguma forma ele a obriga a se deslocar a uma altura onde seus esporos (suas células de reprodução) serão espalhados com maiores chances de dar origem a um novo fungo.
Outros exemplos de “zumbis da natureza” incluem grilos parasitados por vermes que os obrigam a pular dentro d’água, onde esses parasitas completam seu ciclo de vida. Ou ainda ratos que, após serem infectados pelo protozoário (Toxoplasma), causador da doença toxoplasmose, têm uma vontade incontrolável de correr direto para a boca dos… gatos!
Cientistas têm pesquisado bastante para tentar entender como esses parasitas conseguem controlar a vontade de seus hospedeiros. Mas pelo menos já sabem que nenhum deles é capaz de transformar os humanos em zumbis. Ufa!
Vinícius São Pedro,
Centro de Ciências da Natureza,
Universidade Federal de São Carlos
Sou biólogo e, desde pequeno, apaixonado pela natureza. Um dos meus passatempos favoritos é observar animais, plantas e paisagens naturais.
Matéria publicada em 16.03.2021
Lara da silva barros
Eu achei a pesquisa entereçante e um pouco assustador mais é legal ficar sabendo
Letícia Kociubczyk Urquiza
Olá prezados editores da chc,
sou Letícia e adorei a matéria publicada; gostaria de saber se após serem atraídos para os gatos e possivelmente capturados os ratos ou camundongos transmitem a doença para os felinos pois tenho um gato(a) em minha residência e não quero que ele (a) corra riscos de ser infectado(a) por essa perigosa doença. Gostaria que compartilhassem mais curiosidades.
atenciosamente Letícia.
Miguel Ruas
e muito assustador