
Qual é o maior número que existe? Quando criança, eu discutia sobre isso com meu irmão. E a gente dizia: “Não pode ser mil, porque um milhão é maior do que mil! Mas também não pode ser um milhão, porque um bilhão é maior. Nem pode ser um trilhão, já que um quatrilhão é ainda maior…” Essa conversa seguia até chegar o momento em que não sabíamos mais os nomes dos números incrivelmente grandes. E ficávamos nos perguntando se alguma coisa poderia existir se fosse impossível dar um nome a ela.
Certo dia, um ser de outro mundo, ou melhor, um adulto, disse assim: “Não existe o maior número do mundo, porque, mesmo que você encontrasse esse número, poderia somar mais um a ele, e teria um número ainda maior”.
Se por um lado esse adulto estragou a nossa busca pelo maior número do mundo, por outro, nasceram também novas perguntas: “Será que o 1001 só existe depois que alguém pega o 1000 e soma 1? Ou será que ele sempre existiu?”. E as nossas perguntas continuavam: “E o que será que é existir? Será que os números existem assim como os seres vivos ou as pedras? Ou eles existem de uma maneira diferente?”.
Então, sem perceber, estávamos mais perto do que se chama filosofia, a ciência que estuda o pensamento humano, do que da matemática.
Além de nos levar à filosofia, essa pergunta sobre números grandes pode gerar brincadeiras legais, como a do duelo do maior número! É assim: cada pessoa recebe uma folha de papel e tem um minuto para escrever, usando palavras ou dígitos, o maior número que conseguir. Depois de 1 minuto, quem tiver escrito o maior número ganha o duelo.
O que você escreveria? Que tal tentar com alguém que está ao seu lado?
Esse duelo pode parecer só mais uma brincadeira, mas foi proposto por um importante cientista da computação, o estadunidense Scott Aranson. E um grande duelo desse tipo aconteceu em uma das melhores instituições de pesquisa e ensino do mundo, o Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT). Incrível, não é?

Matéria publicada em 09.07.2025