Lutar ou correr?

Por que cada um de nós responde de uma maneira diferente a uma situação de perigo?

Ilustração Walter Vasconcelos

Você está em casa brincando e, de repente, ouve a sua mãe gritando, como se estivesse enfrentando um dragão! Você corre até a cozinha e a vê com a vassoura numa mão, o chinelo na outra, correndo desesperada de um lado para o outro e logo avista o porquê do alvoroço: uma barata. Tudo bem, era das grandes. E cadê a vizinha que conversava com a sua mãe? Bom, essa já correu tanto que quase pulou o muro. Não julgue, nem faça piadas. Cada um reage de um jeito a uma situação de medo.

Todos somos diferentes e alguns dos nossos medos podem parecer inexplicáveis. Mas, fica a dúvida: por que algumas pessoas reagem como a sua mãe, lutando e enfrentando o “dragão”, enquanto outras fogem da luta, como a vizinha?

Tudo depende de como o nosso cérebro avalia o perigo e entende – ou não – se a situação é ameaçadora, determinando se uma pessoa vai lutar bravamente ou fugir velozmente! São reações automáticas, ou seja, a pessoa não pensa se deve lutar ou fugir, apenas reage.

No caso da guerreira da cozinha, o cérebro detectou o perigo (a barata) e, rapidamente, preparou o corpo dela para enfrentar a ameaça. Para isso, liberou grande quantidade de adrenalina, hormônio responsável pelas reações rápidas, que faz o coração acelerar e aumentar o fornecimento de sangue aos músculos. Também faz as pupilas dos olhos dilataram e os pulmões se prepararam para fornecer mais oxigênio aos músculos, entendendo que há uma luta  por acontecer. Quando o cérebro entende que o perigo passou, faz com que tudo volte ao normal: o coração desacelera e a respiração também.

No caso de quem foge, o cérebro, quando percebe que o perigo passou, vai tratar de fazer com que a calmaria retorne também e, muitas vezes, rimos à beça, achando graça da situação. Só quem já travou essa guerra entenderá!


priscila

Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências (NuPEDEN)
Universidade Federal Fluminense

Sou pesquisadora apaixonada pelo cérebro e aqui vamos conversar sobre como este órgão é fascinante e controla tudo na nossa vida. Vem comigo?

Matéria publicada em 05.07.2024

Comentário (1)

  1. Oi revista da CHC, meu nome é Ana Luísa e tenho 8 anos. Essa revista é muito legal , eu amei CHC.Eu achei o texto muito divertido, porque a pessoa que vai lendo vai imaginando as imagens na cabeça, de uma forma divertida. Espero que vocês respondam o meu comentário .
    Um abraço.
    Ana Luísa . Nova Ibiá – BA

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