O ano era 1500 quando os portugueses chegaram para conquistar (ou colonizar) o território que, tempos depois, seria chamado Brasil. Acontece que nesse território já existiam povos com rica cultura, falantes de centenas de línguas e com costumes muito bem organizados. Pois é, por aqui viviam cerca de três milhões de indígenas – alguns mais próximos do mar, outros mais para o interior.
Há muito da cultura indígena no nosso dia a dia! Nas comidas, como paçoca, tapioca, pirão, banana assada… Nas palavras, como jururu, peteca, arapuca, mingau… Nos hábitos, como tomar banho diariamente (até mais de uma vez por dia!), descansar na rede, furar as orelhas…
Isso tudo é muito interessante, não é? Mas, se você não é indígena, quantos indígenas você conhece?
Desde 1500, a população indígena não cresce. Pelo contrário, ela só diminui. Será que os povos indígenas foram reduzindo como mágica? Não mesmo. Há os que foram sendo reduzidos depois de contraírem doenças no contato com os colonizadores, há os que reduziram lutando em guerras, há os que reduziram porque não puderam se defender… Enfim, os motivos são muitos. Mas o pior deles talvez seja o apagamento de sua história. Faz ideia do que seja isso?
O apagamento histórico dos indígenas começa quando são tratados como selvagens; quando não se compreende a cultura, a crença, as tradições, os costumes e lhes chamam de atrasados ou inferiores; ou quando invadem suas terras e se pratica todo tipo de violência contra homens, mulheres e crianças.
Tudo isso contribuiu para que existam hoje no Brasil apenas 800 mil indígenas, aproximadamente. Esta informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, órgão do governo que faz a contagem da população brasileira. A estimativa é de que 500 mil indígenas vivam em zonas rurais ou nas aldeias; e 300 mil, nas cidades.
Há indígenas em todas as regiões do território brasileiro, de Norte – onde estão em maior número – a Sul. Em todos os estados do Brasil, incluindo o Distrito Federal, há indígenas.
A maior parte, como já vimos, vive em suas aldeias, cuidando das tradições, dos rituais, aprendendo com as plantas e os animais. Os que levam a vida nas cidades, estudam, trabalham, escrevem livros, dão aulas e muito mais, como qualquer pessoa do meio urbano.
Há ainda os indígenas que não foram “encontrados” pelos pesquisadores do IBGE, porque habitam regiões da floresta não exploradas pelos não-índígenas.
Mais do que saber onde estão os indígenas, o importante é avaliarmos a ideia que se tem sobre esses povos. Em outras palavras: muito se imagina, mas pouco se sabe realmente sobre os indígenas.
1 É mais respeitoso usar o termo indígena do que índio. Isso porque o termo índio carrega a ideia dos europeus de um grupo de pessoas exóticas e atrasadas. Indígena, por sua vez, significa ‘natural do lugar onde vive’, dando a ideia de que cada povo é único.
2 Os indígenas não constituem um bloco único, compartilhando as mesmas crenças, a mesma língua, as mesmas tradições. Há diferenças culturais, por exemplo, entre os indígenas Yanomami, Bororo e Tikuna, assim como há diferenças culturais entre gaúchos, paulistanos e baianos.
3 Considerar as culturas indígenas como atrasadas e primitivas é um erro. Os povos indígenas produziram e seguem produzindo conhecimento, arte, literatura, música, religião, assim como qualquer outro povo que está vivo nos dias hoje.
4 Achar que os indígenas fazem parte apenas do passado do Brasil é um obstáculo ao avanço da sociedade. Isso porque o conhecimento dos povos indígenas é indispensável, principalmente, para a conservação da natureza.
5 Nem todos os indígenas andam nus ou de tanga, no meio da floresta, de arco e flecha na mão. Essa descrição feita pelos portugueses há séculos está congelada no imaginário popular, de forma que, quando se vê um indígena usando de roupa e mochila, indo para a escola, desconfia-se que não é indígena de verdade. Não estar usando penas na cabeça ou pinturas na pele não significa não ser indígena.
6 Os indígenas fazem parte da formação original e atual do povo brasileiro. Considerá-los um grupo à parte é agir com preconceito.
Já sabemos que os indígenas brasileiros sofreram (e ainda sofrem) diferentes formas de violência. No passado, os colonizadores europeus invadiram e tomaram boa parte de seu território, obrigaram muitos a negar suas crenças e se converter ao cristianismo, escravizaram homens, mulheres e crianças indígenas, e os forçaram a se tornar seus aliados para sobreviver. Hoje, não há mais os colonizadores do passado, mas ainda há quem roube as terras indígenas e as riquezas dessas regiões, escravize os diferentes povos e queira negar suas culturas. Por essas razões, são comuns as notícias de conflitos entre indígenas e não indígenas.
É preciso lembrar que indígenas são humanos, que desfrutam dos mesmos direitos que qualquer pessoa não indígena. É preciso também lembrar e respeitar o fato de serem povos originários vítimas das mais diferentes crueldades, que fizeram restar tão poucos. Por isso, é preciso apoiar o que se chama de política indigenista, isto é, cobrar dos governantes o cumprimento de leis que protegem as terras indígenas, assim como a saúde e as diferentes culturas dos povos que ainda resistem. Somos todos brasileiros. É hora de darmos as mãos.
Bianca Encarnação e Cathia Abreu
Instituto Ciência Hoje
Marcos Rodrigues Barreto
Fundação Municipal de Educação de Niterói
Matéria publicada em 04.04.2023
Flávia
Amei o texto! Vou usar para leitura compartilhada com meus alunos! E o tabela nas aulas de matemática!
Mariana
Isso é muito é importante para, estudar nos dias de provas.
Emanuela Galvão Penas
Eu gostei do texto por que aprendi que nem todos os indígenas andam nus ou de tanga
eles usam roupa também e não ficam de arco e flecha na mão.
Eu achei o texto interessante porque os colonizadores europeus invadiram e tomaram boa parte de seu território, obrigaram muitos a negar suas crenças e se converter ao cristianismo, escravizaram.
Manuela Mesquita Oliveira
Muito legal falar sobre os indígenas !!!
Junio
Oi sou o Junior da eemf jardim das laranjeiras gostaria q tivesem mais sobre jogos
Ieda Pacini Denda
Olá, jornalistas da Revista CHC,
Somos alunos do 3°ano B, do Colégio Marista Arquidiocesano.
Lemos a matéria sobre os povos originários e ficamos chocados ao ver como diminuiu a quantidade de indígenas no Brasil.
Já lemos várias matérias desta revista. Vocês estão de parabéns!
Até mais,
Alunos do 3°B
alunos do 3º ano do Colégio Marista Arquidiocesano
Caros jornalistas da Revista CHC,
Somos alunos do 3º ano A do Colégio Marista Arquidiocesano e lemos esta reportagem hoje.
Nós achamos muito interessante saber mais sobre os povos indígenas, muitas coisas não conhecíamos.
Não sabíamos sobre a quantidade de indígenas em 1500 e atualmente. Ficamos tristes porque esses povos estão diminuindo a cada dia.
Parabéns pela reportagem e obrigado por tantas informações importantes.
Atenciosamente,
3º ano A
Yasmin
Amei o texto
Yasmin
Adorei
EMEB IVO DE BONA EMEB
Gostamos muito das informações sobre os indígenas. Sempre devemos respeitar todos os povos e principalmente os originários.
Alunos do 3º ano B
gabriel francisco jahnel
goste mudo da materia
Laura
Legal
Laura
Adorei ?
Fabricia Dias
Aprender sobre os povos originários é aprender sobre nossas origens! Parabéns pelo texto e obrigada, Ciência Hoje das Crianças!!