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No início, quando não havia o que conhecemos hoje como planeta Terra, só havia uma neblina densa. O Sol e a Lua não apareciam, tudo era denso, triste, sem som, sem vida. Não existia a chuva, nem o vento. A brisa fresca e o calor do Sol não eram conhecidos. Tudo era só a neblina mesmo.
Mas, veja só: os humanos existiam. Eram pálidos, tristes, mal tinham forças para andar, fracos e se comunicavam pela mente. Nada diziam. Silêncio!
Certo dia, Chattily, um deus com três olhos amarelos reluzentes, que tinha pele de lagarto, voltou sua atenção para a Terra. Viu muita tristeza nos olhos dos humanos, “ouviu” o silêncio assustador que chegava aos céus e resolveu descer para entender aquela terra triste. Ele trouxe do céu várias tigelas de fogo, que cintilavam no ar sem apagar, porque vento não havia.
Os humanos, boquiabertos com tanta beleza, olhavam fixamente para os vários olhos de Chattily. O fogo encantado trazido por aquele deus, aos poucos, deu ânimo aos humanos e concedeu o dom de falar a todos. Logo, muitas línguas apareceram e separaram as pessoas em grupos com o mesmo idioma.
Foi assim, com o fogo de Chattily, que a humanidade se desenvolveu e foi separada para sempre em grupos que falam línguas diferentes.
*Os Zulus são um povo africano que habita alguns territórios do sul da África, como Moçambique. Sua mitologia é repleta de divindades fantásticas, como Chattily. Este conto foi livremente adaptada pela CHC.
Fontes:
https://knoow.net/religioes/religioes-africanas/mitologia-zulu/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zulus
http://cienciaviva.org.br/index.php/2020/03/14/arcoirismoradiadeusaaguasmitozulu/
Matéria publicada em 07.12.2021