Colorismo, você sabe o que é?

Antes que você diga que esse texto é sobre cores, vou dizer que você… acertou! Mas não vamos falar de verde, azul, amarelo… Essa conversa é sobre tons de preto, ou melhor, sobre os vários tons da pele negra e sobre o quanto isso tem relação com a vida das pessoas. Bateu a curiosidade? Ótimo! Vamos conversar…

Ilustrações Mariana Massarani

Há 50 anos, o Brasil comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. É uma importante data para se pensar nas lutas dos brasileiros por direitos iguais, especialmente nas lutas dos descendentes de africanos, os chamados afro-brasileiros. É também um momento para falar mais sobre o preconceito contra as pessoas negras e tentar entender o quanto ainda precisamos melhorar para viver em um país sem desigualdade.

Estamos falando de racismo? Sim, estamos. Julgar as pessoas pela aparência física, pelo tom da pele, não é um fenômeno que ocorre apenas no Brasil: é resultado de uma série de violências contra pessoas negras no mundo inteiro. Crescemos ouvindo que quanto mais negras, mais inferiores e incapazes as pessoas são. Essa ideia repetida inúmeras vezes cria raízes na sociedade e interfere nas oportunidades e nos direitos dos cidadãos de vários tons de pele negra.

 

Mas e o colorismo?

Colorismo é um termo criado nos Estados Unidos para definir práticas que ocorriam ainda na época em que a escravidão era aceita por lei. Explicando melhor: o colorismo era uma forma de preconceito em que os negros de pele mais clara tinham mais chances de receber um tratamento preferencial em determinados espaços.

Espera aí? Eu disse ‘era’, mas o colorismo acontece ainda hoje! No Brasil, recebe também o nome de ‘pigmentocracia’ e quer dizer que as oportunidades são maiores para quem tem menos melanina (pigmento que dá cor a pele) – e também menos aparência de uma origem negra, incluindo os cabelos.

No século 19, alguns médicos, intelectuais e outras pessoas da sociedade em geral espalhavam a ideia de que o atraso na educação, na cultura e na economia do nosso país se devia ao fato de termos grande parte da população formada por pessoas que eram descendentes do continente africano. Diziam também que pessoas negras deveriam ter filhos com pessoas brancas para ajudar no “embranquecimento” da população.

Essas ideias ganharam força. Muita gente apoiava que, quanto menos traços negros um indivíduo tivesse, mais chances ele teria de ser aceito na sociedade. Até mesmo palavras como preto/preta ou negro/negra eram (e ainda são!) substituídas por: escurinho/escurinha, moreno/morena, mulato/mulata, entre outros termos com a intenção de apagar a origem africana das pessoas.

Vários tons

Existem mesmo diversas tonalidades da pele negra e, embora o fato de ser negro ou negra em tom mais claro ou mais escuro indicar afrodescendência, a sociedade não enxerga todos os negros e negras da mesma forma. As oportunidades não são iguais para todos.

Seguindo os estudos sobre colorismo, é possível perceber as pessoas negras que têm mais oportunidades são aquelas que têm traços mais próximos da aparência branca, ou seja, pele mais clara, boca e nariz mais finos, cabelos menos crespos…

Agora vem um detalhe curioso: o tom de pele mais claro de algumas pessoas negras não é garantia contra racismo e nem que sejam percebidas como brancas. Mesmo assim, muitas continuam a passar por processos que buscam apagar ou transformar traços de identidade negra em branca, como, por exemplo, o cabelo (a partir do alisamento), nariz (com cirurgias plásticas) e até mesmo da pele (por meio de maquiagens, por exemplo).

 

Orgulho negro

É importante notar que o colorismo tem características próprias dependendo de onde ocorre, isto é, pode ser que o colorismo no Brasil seja do que ocorre nos Estados Unidos, por exemplo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em nosso país temos mais da metade da população que se autoidentifica, ou seja, que se considera negra ou negro. Essa autodefinição é resultado de muita luta das pessoas envolvidas com a defesa dos direitos dos negros (e dos indígenas também), para que os brasileiros tenham orgulho de afirmar suas origens e cultura, que são diferentes dos brancos descendentes de europeus.

E como é bom ser quem somos, não é mesmo? Ter orgulho das nossas raízes, da história do nosso povo, seja ele qual for, nos faz muito bem. E é conversando sobre essas diferenças que podemos descobrir um caminho de igualdade entre todos. Você acha que estamos caminhando para isso? E o que pensa sobre o colorismo após essa leitura?

Stephane Ramos

Universidade de Brasília

Matéria publicada em 26.11.2021

Comentários (16)

  1. OLÁ, CHC! NÓS SOMOS ALUNOS DO 3º ANO C DA E.M.E.F PROFª HOMERA DA SILVA BRAGA- SJC-SP.
    GOSTAMOS MUITO DA MATÉRIA SOBRE O COLORISMO, POIS ESTUDAMOS MUITO SOBRE A CONSCIÊNCIA NEGRA EM NOSSA TURMA.
    TEMOS UMA SUGESTÃO: VOCÊS PODERIAM COLOCAR FOTOS DE PESSOAS NEGRAS COM VÁRIOS TONS DE PELE DIFERENTES E CABELOS TAMBÉM.
    UM GRANDE ABRAÇO,
    TCHAU!

  2. Oi, eu gostei muito disso, e eu sou descendente de africanos, mas também de espanhóis, portugueses e indígenas. Sou bem “variada”! E tenho orgulho disso.
    Tchau!

    1. Olá!,
      Que legal, você é uma legítima brasileira
      Desejo que se sinta muito feliz
      Abraço
      Katia Hoelzle

  3. ola chc eu achei muito interessante a noticia que foi publicada , bom acho que hoje em dia e muito mais facil fazer a criança desde pequena saber oque e racismo ou colorismo para talvez no futuro nao cometer racismo , e a parte onde mais me interessou foi varios tons e orgulho negro essas partes estao fantasticas muito bom o trabalho

  4. Ruan e Sergio - EE Gilberto Freyre

    o texto é interessante, eu nunca tinha escutado o que era o colorismo. Aprendi que o colorismo é forma de preconceito.
    Depois de ler o texto percebi que é importante ampliar as informações do preconceito.

  5. Sarah e Yasmin - EE Gilberto Freyre

    Nós nunca tínhamos ouvido falar sobre o colorismo, achamos bem interessante e bem informativo, não sabíamos que colorismo era uma forma de preconceito.
    Gostamos de saber mais sobre a cultura negra, sabemos que mesmo depois de muitos anos pessoas ainda cometem esse grande erro de julgar o outro pela cor da pele, a pele não define caráter e nem personalidade, Não devemos nunca faltar com respeito independente da cor de sua pele, dos traços do seu rosto ou pelo seu cabelo.

  6. Yago e Bryan - EE Gilberto Freyre

    .Temos muito orgulho da minha origem, e tem muitas pessoas que se identificam como negro ou negra.
    Essa auto definição é resultado de muita luta das pessoas envolvidas com a defesa dos direitos dos negros (e dos indígenas também), para que os brasileiros tenham orgulho de afirmar suas origens e cultura, que são diferentes dos brancos descendentes de europeus.

  7. Alyah e Camilly - EE Gilberto Freyre

    Olá CHC achamos o assunto muito interessante principalmente a parte que fala sobre os tons de pele, que não existe pele morena nem moreno , não existe mulata nem mulato, e sim negros e negras .Devemos combater o racismo de forma rígida. é isso bjs e tchau.

  8. Olá! ?, bom acho muito bom falar do negros.
    Até porque eles são lindos e especiais como todo o resto, acho muito massa falar da origem deles, e o porque do povo chamar eles de moreno(a) entre outros, pois eu não sabia de muita coisa aí que foi escrita, e é sempre bom aprender!, espero que vocês sempre façam conteúdos bons que nem esse. ❤

  9. Mococa, 01 de dezembro de 2021.
    Olá, Revista CHC!
    Somos a turma do 5º ano B, da Escola SESI 357 – Mococa-SP.
    Fizemos a leitura do artigo “Colorismo, você sabe o que é?” em nossa aula de Língua Portuguesa. Achamos muito legal e importante refletir sobre este assunto. Não podemos deixar de lado o preconceito que existe em nossa sociedade!
    Gostaríamos de sugerir uma matéria sobre as contribuições das pessoas negras para a humanidade.
    Abraços!

  10. Olá CHC, somos alunos do 3° ano A da escola EMEF. Profª Maria Nazareth de Moura Veronese – SJC.
    Gostamos muito da publicação sobre Colorismo, aprendemos que não podemos ter atitudes racistas e não devemos julgar as pessoas pela cor da pele.
    Convivemos com pessoas de diversos tons de pele e somos contra o racismo!
    Todos temos os mesmos direitos!
    Gostaríamos que publicassem mais sobre a conscientização contra o racismo.
    Queremos que publiquem a nossa carta.

  11. São Paulo, 03 de dezembro de 2021.

    Olá, Revista CHC!

    Somos alunos do 4º ano A da E.E. Jorge Saraiva, que esta localizada no Bairro de Varginha.

    Lemos sobre a matéria “O Colorismo ” e achamos muito interessante, e pensando onde fala sobre a mistura de brancos e negros , que diz que as pessoas brancas deveriam ter filhos com negros para o ” embranquecimento” da população.
    O preconceito existe, mas devemos lutar para que seja extinto, por meio do ensino e da educação.

    Até mais,

    Alunos do 4º ano A e professora Alessandra Alves

  12. Mariana dos Santos Faria Monteiro colégio Saber terceiro ano b

    Olá CHC!
    Meu pai nasceu dia 20!!
    Eu sou morena eu sou meio branca e meio negra.
    Eu amo ser quem eu sou.
    Eu respeito a todos!!
    Até os deficientes, na minha sala tem um deficiente mental. O nome dele e Abiner ( ele e do contra) ele prefere ser chamado de Abi.
    Tch
    Bom trabalho

  13. Caros jornalistas do CHC, somos do 7° ano do Colégio Ranieri. Hoje viemos aqui, relatar sobre o que achamos do texto: “COLORISMO, VOCÊ SABE O QUE É?”
    Falar sobre “cores de peles” é algo muito importante, principalmente para as crianças aprenderem, desde pequenas, que não importa o seu tom de pele, todos somos iguais. A consciência negra é algo que todos já deveriam ter aprendido.
    Temos uma sugestão: mais fotos, pois seria interessante ver pessoas ao invés de desenhos.
    Fora este detalhe, está tudo perfeito.
    Obrigada por essa matéria incrível.

    Ass.: Anna Clara, Maria Fernanda e Maria Luiza.

  14. Olá chc gostei muito do texto publicado sou decente de Afro americano

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