Videogame é um ótimo passatempo. Dá pra brincar em casa sozinho(a), com os amigos e até mesmo com um primo ou prima que more distante, não é mesmo? Mas será que a fixação em jogos eletrônicos faz bem? Há regras para garantir a saúde do cérebro?
Em defesa do videogame, cientistas afirmam que sim, ele favorece o desenvolvimento de muitas habilidades! Faz o nosso raciocínio ficar mais rápido, é ótima estratégia para nos ajudar a resolver problemas, além de melhorar a coordenação motora, o foco e a memória, incluindo a noção de espaço. Alguns jogos estimulam a criatividade a ponto de criarmos um “mundo” do jeito que desejamos, usando apenas a imaginação e os elementos que vão aparecendo na tela. Então, podemos concluir que é ótimo jogar videogame, certo? Calma aí!
Tudo isso depende de algumas coisas, como a idade, o tempo diante da tela, o tipo de jogo… Isso porque cada estilo de jogo pode trabalhar áreas diferentes do cérebro. Por exemplo: ao jogar futebol, você trabalha mais as pernas; se gostar de jogar vôlei, vai trabalhar mais os braços… No videogame, dependendo do jogo, as áreas do cérebro ativadas também serão diferentes.
Um jogo mais violento, que envolva disparo de armas ou luta corporal, vai ativar áreas do cérebro que um jogo de construção de espaços não necessariamente ativaria. Além disso, jogar o tempo todo, principalmente sozinho, não é um hábito saudável. Muitas vezes, deixamos de comer ou comemos com muita pressa (alimentos como petiscos, pobres nutricionalmente) para voltar a jogar. Sem falar que perdemos o tempo de estudar, de interagir com as pessoas, ficamos muito tempo sentados e sem fazer exercícios físicos, o que também não é nada bom. Tem ainda a alteração do sono pelo excesso de estímulo ao cérebro ou por jogar até tarde da noite – muitas vezes um jogo inadequado para a nossa faixa etária.
Por tudo isso, é preciso atenção! Para termos uma infância saudável, precisamos brincar ao ar livre, curtir a natureza, desfrutar da companhia dos amigos e da família, comer e dormir bem, praticar exercícios físicos regularmente, estudar, ler um bom livro… Se conseguirmos equilibrar tudo isso, não tem problema: podemos também jogar videogame!
Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências (NuPEDEN)
Universidade Federal Fluminense
Sou pesquisadora apaixonada pelo cérebro e aqui vamos conversar sobre como este órgão é fascinante e controla tudo na nossa vida. Vem comigo?
Matéria publicada em 06.11.2024