Videogame faz bem para o cérebro?

Você diria sim ou não? Por quê?

Ilustração Walter Vasconcelos

Videogame é um ótimo passatempo. Dá pra brincar em casa sozinho(a), com os amigos e até mesmo com um primo ou prima que more distante, não é mesmo? Mas será que a fixação em jogos eletrônicos faz bem? Há regras para garantir a saúde do cérebro?  

Em defesa do videogame, cientistas afirmam que sim, ele favorece o desenvolvimento de muitas habilidades! Faz o nosso raciocínio ficar mais rápido, é ótima estratégia para nos ajudar a resolver problemas, além de melhorar a coordenação motora, o foco e a memória, incluindo a noção de espaço. Alguns jogos estimulam a criatividade a ponto de criarmos um “mundo” do jeito que desejamos, usando apenas a imaginação e os elementos que vão aparecendo na tela. Então, podemos concluir que é ótimo jogar videogame, certo? Calma aí!

Tudo isso depende de algumas coisas, como a idade, o tempo diante da tela, o tipo de jogo… Isso porque cada estilo de jogo pode trabalhar áreas diferentes do cérebro. Por exemplo: ao jogar futebol, você trabalha mais as pernas; se gostar de jogar vôlei, vai trabalhar mais os braços… No videogame, dependendo do jogo, as áreas do cérebro ativadas também serão diferentes. 

Um jogo mais violento, que envolva disparo de armas ou luta corporal, vai ativar áreas do cérebro que um jogo de construção de espaços não necessariamente ativaria. Além disso, jogar o tempo todo, principalmente sozinho, não é um hábito saudável. Muitas vezes, deixamos de comer ou comemos com muita pressa (alimentos como petiscos, pobres nutricionalmente) para voltar a jogar. Sem falar que perdemos o tempo de estudar, de interagir com as pessoas, ficamos muito tempo sentados e sem fazer exercícios físicos, o que também não é nada bom. Tem ainda a alteração do sono pelo excesso de estímulo ao cérebro ou por jogar até tarde da noite – muitas vezes um jogo inadequado para a nossa faixa etária. 

Por tudo isso, é preciso atenção! Para termos uma infância saudável, precisamos brincar ao ar livre, curtir a natureza, desfrutar da companhia dos amigos e da família, comer e dormir bem, praticar exercícios físicos regularmente, estudar, ler um bom livro… Se conseguirmos equilibrar tudo isso, não tem problema: podemos também jogar videogame!


priscila

Priscilla Oliveira Silva Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências (NuPEDEN)
Universidade Federal Fluminense

Sou pesquisadora apaixonada pelo cérebro e aqui vamos conversar sobre como este órgão é fascinante e controla tudo na nossa vida. Vem comigo?

Matéria publicada em 06.11.2024

Seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Outros conteúdos desta edição

Outros conteúdos nesta categoria

700_280 att-46765
700_280 att-47164
700_280 att-46975
700_280 att-46752
700_280 att-45405
700_280 att-45142
700_280 att-44784
700_280 att-44513
700_280 att-44324
700_280 att-44184
700_280 att-44321
700_280 att-43405
700_280 att-43393
700_280 att-43173
700_280 att-42773