Não, não vamos falar de seres encantados. No Brasil, os animais que têm um só chifre na cabeça são chamados “inhumas”. O nome científico é Anhima cornuta que significa “ave preta com corno”. São abundantes na Amazônia e no Cerrado, muito vistas em áreas alagadas, como brejos, margens de lagos e represas com aguapés, que são plantas aquáticas flutuantes. Em algumas regiões a inhuma é chamada de “anhuma”, “Inhaúma”, “unicorne” (olha, aí!) ou “alencó”, refletindo a cultura local dos habitantes.
As inhumas são aves de grande porte, com cerca de 80 centímetros de altura, isso mesmo quase um metro! E chegam a pesar três quilos. Elas são parentes próximas dos patos (apesar de se parecerem mais com enormes galinhas pretas), têm asas robustas e pernas curtas e grossas. Seus dedos enormes servem para ajudá-las a caminhar sobre a vegetação aquática flutuante, pisando em todas de uma só vez, sem afundar.
O que mais diferencia uma inhuma de outra ave é justamente o corno ou o unicórnio que nasce bem no alto de sua cabeça. Ele é uma parte do crânio, que cresce e geralmente se curva para a frente, atingindo até uns 12 centímetros de comprimento. Tanto os machos como as fêmeas têm esse unicórnio, que é fixo, rígido e fino. Por isso, às vezes ele quebra ao se chocar contra o solo, rochas ou galhos. Mas logo ganha outro porque se regenera! Curioso, não?
Dárius Pukenis Tubelis
Departamento de Biociências
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
Mossoró – RN
Luiz Gonzaga Alves Mendonça
Conselho Municipal de Meio Ambiente
Palmeiras de Goiás – GO
Cada lugar do mundo tem suas características vegetais. Uns têm clima extremo, onde crescem plantas resistentes ao frio, como os polos gelados do planeta. Já outros apresentam temperatura que favorece a sobrevivência de variadas formas de vida, como o território onde fica o Brasil, e sua abundante flora.
Mas, para responder por que a vegetação do mundo é tão diferente, é preciso entender vários aspectos geográficos e ambientais. Existe relação entre vegetação, clima e solo, e a rotação da Terra. Esta última define o clima de cada parte do globo terrestre, ou seja, conforme a Terra gira, o tempo de exposição à luz solar e de sombra se modifica, interferindo no crescimento das diversas plantas que existem. Por isso, há na Terra vários tipos de vegetação de acordo com a umidade e a temperatura de cada região.
As ecorregiões, como são chamadas essas diversas vegetações existentes pelo território do planeta, mais conhecidas são: florestas equatoriais e tropicais, florestas temperadas e subtropicais, florestas boreais ou taiga, vegetação mediterrânea, savanas, pradarias, estepes, vegetação de deserto, vegetação de altitude e tundra. Que tal pesquisar sobre elas e nos contar o que descobriu depois?
Nem é preciso dizer o quanto é importante manter a vegetação original de cada território. Ela impede erosões, regula o ciclo da água, o equilíbrio do clima e é a fonte de energia para outros seres vivos.
Kelly Costa de Alcântara
Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso
De repente, no meio do céu, forma-se um arco cheio de cores. Na parte de dentro, aparece o violeta, que vai passando para o azul, o verde, o amarelo, o laranja até chegar ao vermelho. Mas afinal, quantas cores tem um arco-íris? Sete? Nove? Essa é uma questão que depende da nossa percepção visual.
Na verdade, um arco-íris tem um número infinito de cores, mas nossos olhos e cérebro são muito mais sensíveis a algumas delas. Por isso vemos claramente azul e vermelho, por exemplo, mas não percebemos tão bem as cores que aparecem entre as faixas.
Agora vamos entender um pouco melhor como um arco-íris se forma. Um arco-íris não é um objeto fixo no céu, e sim luz que está sendo emitida por gotinhas de água – é por isso que, na maioria das vezes, aparece logo depois da chuva. Imagine então muitas e muitas gotinhas no céu, como se fossem bolinhas de água. Quando a luz do sol chega nelas, uma parte é refletida e outra “entra” na gotinha. Aqui acontece uma coisa incrível: a luz do sol, que é branca (e o branco é a mistura de todas as cores!), e cada cor que entra na gotinha é desviada de uma maneira um pouco diferente, o vermelho desvia menos que o azul, por exemplo. Dentro da gotinha, a luz reflete mais uma vez e depois sai, e se transforma no fenômeno de cores que conseguimos apreciar! Dê uma olhada na figura…
Repare que a luz vermelha vem das gotinhas mais em cima e o azul chega das gotinhas mais baixas. É por isso que as cores aparecem na ordem que vemos.
Marco Moricone
Instituto de Física
Universidade Federal Fluminense
Matéria publicada em 11.10.2021