Quero saber…

… se as estrelas morrem?

Foto Nasa

A resposta curta é: sim! Mas, para entendermos como uma estrela pode “morrer”, temos que entender primeiro como ela “nasce”. Normalmente, as estrelas se formam em regiões com extensão de bilhões de quilômetros – são lugares chamados “nuvens escuras”, ricos em gás, poeira e moléculas. Vários processos acontecem dentro dessas nuvens. Com o tempo, esse material vai se juntando e se aquecendo cada vez mais. Chega uma hora em que a temperatura e a pressão ficam tão altas que o material se une. É um processo que chamamos de “fusão nuclear”. Aí, nasce uma estrela! Mas não pense que é um processo rápido, não. Tudo isso leva alguns milhões de anos…

E não para por aí. Depois dessa fusão, a estrela começa outros processos, em que libera grande quantidade de energia. Isso pode se prolongar por milhões ou bilhões de anos, dependendo da massa inicial da estrela. O Sol, por exemplo, que não é uma estrela que nasceu muito “gordinha”, já está nessa de liberar energia há 4,5 bilhões de anos! E deve continuar, até que não haja mais condições de converter os elementos químicos que existem em seu interior. Calcula-se que o Sol vai terminar sua existência como um tipo de estrela conhecido como anã branca. Mas falta muito ainda, algo em torno de mais 4,5 bilhões de anos.

Então, já sabe: a estrela “nasce” quando começa o processo que chamamos de fusão nuclear. Quando ele cessa, a estrela “morre”. Existem ainda outras formas de uma estrela “morrer”, por explosão ou se transformando em um buraco negro. Mas podemos explorar esse assunto em outra oportunidade…

Eder Cassola Molina 
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Universidade de São Paulo 

… se existe proteção para os insetos quando ocorre um incêndio na floresta?

Foto João Batista Shimoto/Wikimedia Commons

Por incrível que pareça, existe sim! E o abrigo quem dá é outro inseto: os cupins! Eles são grandes arquitetos da natureza e seus ninhos, os cupinzeiros, são feitos de uma mistura de terra, madeira e saliva. Essas estruturas, que podem chegar a vários metros de altura, são bastante resistentes e podem permitir a sobrevivência de alguns pequenos animais durante queimadas no Cerrado. Tem até um nome especial para os insetos se abrigam nos cupinzeiros: termitófilos. Apesar de a palavra ser complicada, o significado é bem simples: simpatia por cupins. Aranhas, abelhas, formigas e piolho-de-cobra são exemplos de animais que podem ser termitófilos.

Cientistas da Universidade de Viçosa, em Minas Gerais, coletaram termitófilos em 30 cupinzeiros que estavam na área queimada e em uma área que não foi atingida pelo incêndio. De volta ao laboratório, os resultados confirmaram que os cupinzeiros que estavam na área incendiada tinham mais animais. Ou seja, por causa do incêndio, esses pequenos animais buscaram abrigo no cupinzeiro. Legal, né?

Mas vale lembrar que nem todos os animais conseguem se refugiar durante as queimadas e que inúmeros bichos morrem por conta dos incêndios HYPERLINK “http://chc.org.br/artigo/queimadas-incendios-e-fogo/” florestais.

Michel Mendes
Instituto de Ciências Biológicas
Universidade Federal de Goiás

Cayo Henrique F. de Alcântara
Universidade Federal de Goiás

…se existe serpente que não é cobra?

Foto G.P. Schmahl/NOAA

Cobra é quase sempre sinônimo de serpente. Quase, porque existe uma serpente que não é cobra. A Ofiuróides, ou serpente-do-mar, é, na verdade, da família dos pepinos-do-mar, pinaúnas e estrelas-do-mar. Ela ganhou o apelido de serpente-do-mar porque, às vezes, se comporta como uma: se esconde debaixo das pedras, entre conchas e no meio de outros bichos e plantas do mar. Mas fisicamente ela não se parece com uma cobra. Seu corpo tem a forma de uma disco no centro, onde fica a boca, fora os cinco braços flexíveis que a ajudam na locomoção.

O cardápio da serpente-do-mar varia conforme a espécie, umas preferem se alimentar de carniça (alimentos em decomposição), outras com material acumulado no fundo arenoso, algumas absorvem porções de nutrientes presentes na água do mar e muitas gostam de comer pequenos animais, como crustáceos e poliquetas. E é na hora da refeição que as serpentes-do-mar mais se parecem com as cobras, pois ela dá o “bote”, como uma legítima serpente na captura pequenos animais para comer.

Um lembrete importante: se toparem com alguma serpente-do-mar não a peguem para enfeitar suas estantes, como acontece com suas primas, as estrelas-do-mar. Lugar de bicho é na natureza!

Mariana Tupiniquim
Universidade Estadual de Santa Cruz

Matéria publicada em 02.09.2021

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