Se você pudesse fazer um pedido para 2020, o que pediria? Uma vacina para prevenir a covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus? Pode apostar que esse é o sonho de muita gente pelo mundo todo. E é também o desafio de muitos cientistas! Que tal conhecer um pouco da história das vacinas e descobrir como são produzidas?
Ilustrações Marcelo Badari
Faz mais de 200 anos que a primeira vacina apareceu no mundo. Ela surgiu na Inglaterra, no ano de 1796. Foi criada para combater a varíola, uma doença que provocava pequenas feridas por todo o corpo, além de febre alta e fraqueza. Assim como a covid-19, a varíola era transmitida pelo ar, por meio das gotinhas de saliva que a pessoa doente liberava toda vez que tossia, falava ou espirrava. Outra semelhança é que a doença também se espalhava muito rápido, levou milhões de pessoas à morte e não existia remédio nem cura…
Foi o médico Edward Jenner quem descobriu a vacina contra a varíola. O caminho para essa descoberta começou quando ele percebeu que algumas vacas tinham feridas nas tetas muito parecidas com as que as pessoas tinham na pele. Jenner também notou que as ordenhadoras (mulheres que trabalhavam tirando o leite das vacas) desenvolviam uma forma mais leve da varíola. O médico, então, resolveu fazer um experimento muito arriscado – que não seria permitido nos dias de hoje. Ele pegou um pouco do líquido que saía das feridas de uma das ordenhadoras que estava com a varíola transmitida pela vaca e colocou em dois cortes superficiais feitos no braço de um menino de apenas oito anos. O menino apresentou os sintomas da doença, mas logo se recuperou. Algumas semanas depois, o médico injetou no braço do menino um pouco de secreção de ferida de um homem contaminado com a varíola. Resultado: o menino não ficou doente, estava imunizado contra o vírus da varíola.
Foi por isso que o composto usado para imunizar as pessoas da varíola passou a ser chamado de vaccinia, termo que vem do latim vaccinae por ter sua origem no material que veio da… vaca!
Aníbal da Silva Cantalice
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento
Universidade Federal do Piauí
Marcela Eringe Mafort
Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais
Jean Carlos Miranda
Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra Universidade Federal Fluminense