Células são pequenas partes que juntas compõem os órgãos, inclusive a pele. Mas será que é possível contá-las, uma por uma? É sim! E não só as células humanas, mas as de outros animais e das plantas também.
A análise das células (para saber se estão saudáveis ou não) é feita por especialistas que trabalham com citometria de fluxo. O nome é complicado, mas o trabalho é muito legal! Cito dá ideia de célula, enquanto metria quer dizer medir ou contar. Ah, sim! E fluxo é o líquido no qual se coloca o material a ser analisado. Resumindo: a citometria de fluxo é uma técnica para contar e analisar células (ou outras partículas) que estão mergulhadas em um líquido específico. O material coletado para análise é depositado em um aparelho que se chama… citômetro de fluxo, claro! E que está ligado a um computador, que vai registrando todas as informações sobre as células analisadas.
A técnica permite identificar se uma célula está bem ou não, além de identificar a quantidade de elementos presentes nela. Com esse aparelho também é possível também saber a qualidade dos grãos de pólen de determinada planta, entre outras funções.
Adalberto Pastana Pinheiro
Professor de Ciências e Biologia
Secretaria Municipal de Belo Horizonte
Daniela Silva dos Reis
Laboratório de Citometria de Fluxo
Universidade Federal de Minas Gerais
Andando por um jardim sentimos aromas agradáveis, como os de algumas plantas com flores, que atraem borboletas e abelhas. Mas também podemos sentir cheiro de carne estragada, sem que ninguém tenha despejado lixo no local.
Esse cheiro de carne estragada (bem forte e desagradável) vem de um cogumelo do gênero Phallus, também conhecido como véu-de-noiva. O fedor pode ser percebido a metros de distância, mesmo dentro de uma floresta, onde vários cheiros se misturam.
Com esse cheiro ruim, os cogumelos atraem moscas e outros insetos que se alimentam de seu “chapéu”. Nesse contato, os insetos carregam (sejam por engolir ou por ter grudado no corpo) muitos esporos. Os esporos são as células de reprodução dos fungos que têm capacidade de gerar um novo indivíduo. Assim, quando os insetos voam para longe espalham os esporos do Phallus, ajudam na reprodução desse fungo.
Além do véu-de-noiva, existem ainda outras espécies de fungos com essa estratégia de atrair pelo fedor para garantir a sua reprodução! Vai um pregador de nariz aí?
Larissa Trierveiler Pereira
Gestão Ambiental
FATEC (Itapetininga/SP)
“Não coloca a mão na boca, menino!” “Lava bem essa fruta antes de comer, menina!” Quem nunca ouviu chamada como essas, não teve infância! Os adultos que se preocupam com a higiene das mãos de suas crianças e com a alimentação delas estão querendo evitar que tenham verminoses. Você já teve? Xiii… É chato! Mas mãe, pai ou avó de lagarto não fala. Daí, os lagartos podem, sim, ser infectados com vermes.
Os lagartos cauda-de-chicote pertencem a grande família dos repteis, e se encontram em diferentes regiões do Brasil. Eles exploram o local à sua volta com a ajuda da cabeça. A boca e a língua , servem de porta de entrada para ovos e larvas de vermes, que possam estar embaixo de folhas, galhos ou na areia. A infecção também pode acontecer quando os lagartos comem cupins, besouros e mariposas, que às vezes estão infectados com vermes.
O mais curioso é que, dentro do corpo do lagarto, várias espécies de vermes podem viver juntas, grudadas nas paredes do estômago, do intestino ou nos pulmões. Ali, eles vivem uma parte de sua vida: se alimentam, crescem e até se reproduzem.
Os ovos, dos quais nascem as larvas, são liberados pelo lagarto e ficam por onde eles passarem, ou seja, em cima ou embaixo das folhas ou simplesmente na areia, repetindo em outros insetos e lagartos o ciclo de vida dos vermes.
A grande diversidade de lagartos permite que mais espécies de vermes completem suas vidas. Os vermes, por sua vez, nem sempre adoecem seus amigos os lagartos.
Addinson Díaz Hernández e Carlos Frederico Duarte Rocha
Departamento de Ecologia
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Vanderlaine Amaral de Menezes
Unidade de Biologia
Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste
Matéria publicada em 18.07.2019