Quero saber…

…por que o refrigerante tem gás?

Ilustrações Mariana Massarani

Ao puxar o lacre de uma latinha ou girar a tampinha de uma garrafa de refrigerante, bolhas surgem no líquido, uma espuma se forma e finalmente vem o barulhinho: fzzzzz! Isso tudo é resultado do gás adicionado ao refrigerante, o gás carbônico. Essa adição tem dois objetivos: causar uma sensação de refrescância na boca e conservar a bebida.

O estouro das bolhas de gás, que esbarram em pequenas estruturas da nossa língua (os receptores mecânicos), é o responsável pela sensação dentro da boca. Para que isso aconteça, o gás carbônico se combina com a água presente na bebida e gera um novo composto chamado ácido carbônico, um ácido bem fraco que modifica o aroma do xarope do refrigerante e torna o paladar agradável para a maioria das pessoas. Ao mesmo tempo, este ácido fraco conserva a bebida na garrafa, impedindo que bactérias a estraguem.

Não é fácil adicionar gás aos refrigerantes. Para fazer isso, no processo de fabricação é preciso aumentar a pressão sobre o líquido e diminuir a temperatura, assim o gás se dissolve na água e então a garrafa é fechada. Já quando abrimos a garrafa, a pressão do lado de fora é menor e a temperatura é maior, então o gás que estava dissolvido no líquido imediatamente sai, fazendo o tal… fzzzzz.

Talvez você não saiba, mas o gás carbônico é o mesmo que eliminamos ao expirar e é també aquele que sai das chaminés das indústrias gerando poluição. Mas não se preocupe: a quantidade de gás carbônico que é liberada pelo refrigerante é muito pequena e não vai fazer de você um vilão do meio ambiente. Por outro lado, refrigerante não é uma bebida considerada saudável, concorda? Água, chá gelado e suco são opções bem mais interessantes para a saúde!

 

José Barros
Instituto de Química
Universidade Federal do Rio e Janeiro

… por que temos umbigo?

Você pode até achar que o umbigo não tem função alguma no nosso corpo. Mas não é bem assim! Ele é essencial para o desenvolvimento dos bebês, ainda dentro da barriga da mãe. É que aí, bem no lugar do seu umbigo, ficava o cordão umbilical.

O cordão umbilical liga o feto à placenta, o órgão na mãe responsável por fornecer nutrientes e oxigênio ao bebê durante a gravidez.

Quando o bebê nasce, o corpo da mãe expulsa a placenta, e o cordão umbilical perde utilidade. O cordão é cortado e fica um pedaço chamado coto umbilical, que se desprende da barriga depois de uns 7 a 10 dias. Depois disso, fica uma cicatriz: é o umbigo! Nossa primeira cicatriz. Cada umbigo vai ter um formato e tamanho diferente, e isso depende da cicatrização.

É importante manter o umbigo limpinho, já que fungos ou bactérias podem se alojar ali e causar uma inflamação. Pode acontecer também de formar uma hérnia, que é quando o umbigo fica um pouco saltado. Geralmente ela desaparece com o crescimento do bebê. Mas, se não se resolver espontaneamente, o médico pode fazer uma correção.

 

Regis Ricardo Assad
Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial
Sociedade Brasileira de Pediatria

…o que é melhor para combater doenças: remédio ou vacina?

Tanto o remédio quanto a vacina são muito importantes para combater doenças. Mas eles têm funções e objetivos bem diferentes! O remédio trata os sintomas de uma doença, quer dizer, os efeitos dela no nosso corpo, que podem ser dor, enjoo, cansaço, entre outros. Ele também pode matar o microrganismo causador da doença, ajudando na recuperação de uma pessoa que já está doente.

A vacina, por outro lado, serve como prevenção, ou seja, para evitar que a pessoa fique doente em primeiro lugar. A vacina induz a produção de anticorpos e células de defesa no nosso corpo. Assim, se a pessoa vacinada for infectada pelo micróbio contra o qual tomou a vacina, estes anticorpos e células de defesa entram em campo!

É como diz aquele antigo ditado: “é melhor prevenir do que remediar”. A melhor estratégia é tomar vacina para não ficar doente. Mas, se ficar doente, é possível tomar o remédio. Infelizmente, ainda não existem vacinas para todas as doenças.

 

Flávio Guimarães da Fonseca
Sociedade Brasileira de Virologia
Departamento de Microbiologia
Universidade Federal de Minas Gerais

Matéria publicada em 19.04.2021

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