Vamos precisar de um pouco de paciência… Ainda não existe um prazo definido para a vacina, porque são necessários muitos testes até termos uma imunização segura e eficaz contra a covid-19. É preciso seguir o caminho cuidadoso da ciência em relação às fases de testagem. E, mesmo depois de todos os testes, ainda vem a fase de produção da vacina. Será difícil conseguirmos ter uma vacina para os sete bilhões de habitantes do planeta ao mesmo tempo! É muita gente, e não há capacidade de produção que dê conta de tudo isso. Provavelmente, algumas pessoas deverão receber a vacina primeiro. É o caso dos profissionais da área da saúde, que lidam todos os dias com a covid-19 e outras doenças também. Se eles adoecem, quem cuida dos pacientes? Na melhor das hipóteses, teremos as primeiras doses no meio de 2021. Isso se a vacina mais avançada em testes der certo. Mas pode ter certeza que cientistas do mundo todo estão correndo para conseguir isso!
O grupo de risco inclui todas as pessoas que têm maior chance de desenvolver um quadro grave de alguma doença. Para cada doença, esse grupo pode mudar. No caso da covid-19, o grupo de risco inclui as pessoas acima de 65 anos e pacientes com imunossupressão. Isto é: pessoas que têm alguma doença que faz as defesas naturais do corpo reduzirem muito. Esse grupo de risco também inclui pessoas que já têm outras doenças e que podem ter complicações caso sejam infectadas pelo novo coronavírus. Quem tem diabetes, pressão alta, doenças neurológicas, cardiovasculares e respiratórias, por exemplo, está no grupo de risco para a covid-19.
A covid-19 é uma doença de todos. Todo mundo pode ser infectado. O novo coronavírus não prefere um tipo de alvo ou outro. O que acontece é que alguns grupos da população acabam se expondo mais e, por isso, teriam mais possibilidades de serem afetados pela doença. Pessoas com menos recursos, por exemplo, geralmente têm menos condições de ficarem isoladas em casa, porque para garantirem o sustento econômico precisam continuar saindo para trabalhar. Elas acabam se expondo mais ao vírus, ao pegar transporte público cheio, por exemplo, para ir ao trabalho. Essas pessoas também costumam viver em condições que não permitem o distanciamento necessário para prevenir o contágio, como morar em uma casa com muita gente. Além disso, as pessoas mais pobres dependem apenas do sistema público de saúde, que está muito maltratado em nosso país. Enfrentam hospitais cheios, poucos leitos e ainda faltam equipamentos. Não deveria ser dessa forma, não é? Mas, infelizmente, as pessoas pobres são as que mais sofrem com a falta de investimentos dos governos em educação e saúde. E isso não vale só no caso da covid-19, mas para todas as doenças.
Quer ouvir as respostas a esse Quero saber na voz da própria pesquisadora, ouça abaixo!
Clarissa Damaso
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Matéria publicada em 08.07.2020