Por muito tempo, algumas profissões foram consideradas como sendo para homens, enquanto outras eram vistas como coisa de mulher. A ciência, por exemplo, era algo aceitável apenas para meninos. Por causa disso, muitos cresceram e se tornaram cientistas, enquanto muitas meninas acharam que não poderiam seguir essa carreira.
As pessoas achavam inapropriado que mulheres fizessem ciência e trabalhassem junto com homens nos laboratórios de pesquisa, explorando florestas, tripulando espaçonaves, e muito mais. Acontece que a verdade agora é uma só: todos podem ocupar o lugar que quiserem.
Essa separação entre o que é adequado para meninos ou para meninas nunca deveria ter existido. Quem ainda hoje fala alguma coisa desse tipo é porque está muito atrasado nos pensamentos.
Lá no passado, enfrentando preconceitos e dificuldades, muitas meninas insistiram em seus sonhos, se tornando grandes cientistas e transformando o mundo. Entre as maiores descobertas da ciência feitas por mulheres estão: o DNA (“código” que carrega as informações genéticas de cada ser vivo), alguns elementos químicos, o mapeamento do fundo dos oceanos, a radiação, a composição do Sol e o primeiro computador! Não é incrível?
Para mostrar ao mundo que lugar de mulher é onde ela quiser – inclusive fazendo ciência! – algumas dessas mulheres têm se unido e formado grupos que chamam de ‘redes de apoio’ para levar essa liberdade de sonhar a meninas do mundo todo!
No Brasil já existem várias redes de mulheres na ciência! Uma delas é a Rede Kunhã Asé (pronunciamos cunhã axé), que tem esse nome difícil para homenagear dois povos muito importantes para a construção da sociedade brasileira: os indígenas e os negros africanos. Kunhã significa mulher em guarani, língua nativa de muitos indígenas que já moravam no Brasil bem antes da chegada dos portugueses. Já Asé significa poder, e vem do iorubá, língua do povo africano de mesmo nome, que foi escravizado e trazido para o Brasil contra a sua vontade. Assim, o nome dessa rede pode ser traduzido como “mulher poderosa”.
Mas o que será que essa história toda tem a ver com o nosso papo sobre meninas e ciência? E, afinal de contas, quem são essas mulheres que fazem ciência hoje no Brasil?
A Rede Kunhã Asé busca construir um futuro no qual mais meninas possam se tornar cientistas! Para isso, a primeira coisa que procurou entender foi quem são essas mulheres que já estão fazendo ciência no Brasil e o que elas têm em comum. Infelizmente, fica evidente que, entre as poucas mulheres que conseguiram concretizar seus sonhos, a maioria vem de famílias brancas e com dinheiro. Isso significa que, além de ainda ser vista como “coisa de menino”, a ciência no Brasil também é vista como “coisa de gente branca” e “coisa de gente rica”! Sabendo disso, a rede assumiu mais esse desafio: colaborar para que todas as meninas – de todas as comunidades, cores e religiões – aprendam sobre ciência e possam se tornar cientistas.
Para incentivar mais meninas a pensar na ciência como profissão, a Rede Kunhã Asé desenvolve atividades que vão desde organizar encontros de jovens meninas com cientistas até produzir informativos, atividades e brincadeiras para apresentar mulheres cientistas nas escolas, servindo de inspiração para as futuras gerações. Esses materiais podem seguir para as escolas e chegar às mãos de professoras e professores interessados em estimular suas alunas para a ciência!
Em um tempo em que as mulheres não podiam votar, a paulista Bertha Lutz foi à luta por esse direito. Foi estudar na França e, quando voltou para o Brasil, formada em ciências, só pensava em liberdade. Em 1919, fundou a Liga de Emancipação Intelectual da Mulher, que defendia os direitos das mulheres, como a liberdade política. Sua luta rendeu frutos: em 1931, as mulheres conquistariam o direito ao voto no Brasil.
No inicio do século 20, entender a mente humana em desequilíbrio era um desafio enorme. E a alagoana Nise da Silveira encarou essa tarefa como ninguém. Formada em psiquiatria, ela apostou que as pessoas com problemas mentais poderiam receber um tratamento que pudesse realmente trazer de volta sua dignidade. Qual era o tratamento de Nise? Incentivar a expressão dos sentimentos por meio da arte, especialmente da pintura.
Nascida em família humilde, filha de uma italiana imigrante e de um descendente de negro escravizado, a paulistana Virgínia Bicudo sabia bem o que era preconceito. Estudou ciências sociais e depois se especializou em psicanálise (foi a primeira não médica a ser reconhecida como psicanalista!). Vítima de racismo, ela encontrou na ciência uma espaço para discutir o preconceito.
Duília de Mello nasceu em Jundiaí, São Paulo. É uma cientista do nosso tempo e está em plena atividade. Desde pequena ela já sabia que ia estudar as estrelas, porque passava horas olhando para o céu. Acreditou tanto no seu talento que hoje é astrônoma e faz parte da Agência Espacial Norte Americana, a NASA.
Para conhecer a sociedade é preciso estudar profundamente o comportamento das comunidades. Por isso, Marielle Franco estudou ciências sociais. Ela acreditava em uma sociedade em que todos pudessem viver em paz, com seus direitos garantidos, tanto que entrou para a política e foi a vereadora mais votada do Rio de Janeiro. Não conseguiu ir adiante porque foi assassinada, em 2018. Mas as ideias de Marielle estão vivas em outras mulheres que lutam por um Brasil melhor.
A baiana Jaqueline de Jesus é uma investigadora. Não, ela não desvenda cenas de crimes, mas decifra códigos genéticos. Ela participou, por exemplo, do estudo que revelou, em 48 horas, a análise genética do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, causador da pandemia de covid-19. Com esses dados gerados no Brasil, os pesquisadores podem acompanhar as mutações do vírus e usar as informações para desenvolver uma vacina, por exemplo. É ou não é um grande feito?
Fotos Divulgação
Que tal aproveitar a ideia da Rede Kunhã Asé e pedir aos seus professores para falarem mais sobre mulheres e ciência na sua escola?
Se você é menino ou menina, não importa. Sonhe com que tipo de cientista quer ser! Afinal, agora você já sabe: a ciência não é masculina nem feminina, ela é para todos!
Com a chegada da pandemia da covid-19, as escolas suspenderam as aulas e a Rede Kunhã Asé interrompeu as suas atividades presenciais. Mas… a Rede segue atuando através das redes sociais, usando a internet para oferecer algumas atividades online seja para a escola ou para as famílias. Convide seus pais e professores para conferir!
Site: kunhaase.webnode.com
Instagram: @kunhaase
Facebook: fb.com/kunhaase
Com a chegada da pandemia da covid-19, as escolas suspenderam as aulas e a Rede Kunhã Asé interrompeu as suas atividades presenciais. Mas… a Rede segue atuando através das redes sociais, usando a internet para oferecer algumas atividades online seja para a escola ou para as famílias. Convide seus pais e professores para conferir!
Site: kunhaase.webnode.com
Instagram: @kunhaase
Facebook: fb.com/kunhaase
Luisa Maria Diele-Viegas, Luciana Leite e Patrícia Raquel de Sousa
Rede Kunhã Asé de Mulheres na Ciência
Matéria publicada em 08.07.2020
RENATO BARROS FREIRE JUNIOR
DESCOBRI QUE MULHERES TAMBÉM PODEM FAZER CIENCIA NÃO PODE SER DESCRIMINADA E QUE TEM IMPORTANCIA PARA A CIENCIA
Laura Santos de Toledo Rodrigues Faria
Ola CHC o meu nome é Laura tenho 8 anos e gostei de saber que ciência também é coisa de menina! Bom, adorei essa reportagem tchau CHC.
Isa
Estou explorando a revista ainda mais já achei mto insteressante e divertida!
Isa
Achei tudo mto insteressante, porém, se colocassem mais experiências ia ser mtooooo melhor, pois sao mto lgls
Duda Wolf
Sinceramente achei muito importante a revista incentivar o movimento da mulher na ciência, isso pode encorajar várias meninas a seguirem seu sonho, mesmo outros dizendo que certas coisas, não são coisas de menina.
Isa
Concordo, isso realmente é mto importante pra nossa sociedade, onde mta parte dela é machista
Laura Santos de Toledo Rodrigues Faria
espero uma resposta
Tiago
Vc fez uma ótima esperiencia faz mais.
Tiago
E essa revista não é só de menina nem só de menino vc fez várias pessoas entenderem isso. Obrigado.
Beatriz M.M.
Gostei mto do jeito em que fala sobre as mulheres.
Pietra b
oii, eu adorei a reportagem! Achei super fácil de ler, Essas curiosidades são muito boas e “interativas”, conhecer um pouquinho mais de mulheres batalhadoras é super legal. gostei : )
ISABELA ALVES
OI,AMEI O CIENCIA TM É COISA DE MENINA, É MUITO LEGAL ESSA REPORTAGEM PARABEMS PROS EDITORES! MANDARAM MUITO BEM!
ISABELA ALVES 9 ANO
OI,AMEI FICOU MUITO LEGAL,PARABENS AOS EDITORE,MANDARAM SUPER BEM!
JULIA DIAS FREITAS
EU GOSTEI DE SABER QUE TEM MUITAS MENINAS QUE SE TORNARAM CIENTISTAS,
E QUE TEM GRUPOS QUE AJUDAM TAMBÉM AS MENINAS DE CLASE MEDIA E DE COR .
O PRECONCEITO E MUITO FEIO E TRISTE POR LIMITAR AS MENINAS .
Isabella Nicolini Stanescou e Jamilly Pietra Souza De Assis
Estreando na CHC!!
Olá CHC! Meu nome é Isabella e minha amiga se chama Jamilly, somos alunas da escola E.E. Recreio Alvorada, estamos no 5ºano B e temos 10 anos, gostamos da revista 312 “Ciência também é coisa de menina”. É nossa primeira vez escrevendo, a matéria é muito legal e interessante, queríamos que vocês publicassem matérias sobre lobos, nos duas amamos a revista e a ciência, nós queríamos que vocês publicassem nossa cartinha, Beijos e abraços até a próxima!!!
Eonara
Adorei a matéria!
Vou apresentar a revista para meus alunos de 2023.
Já acompanhava a CHC há muito tempo.
Parabéns a todos!