Gigante pantaneiro

Foto Freepik

Nome popular: cervo-do-pantanal
Espécie: Blastocerus dichotomus
Tamanho: cerca de 1,20 metro de altura (até as costas) e até 150 quilos de peso.
Classificação: Vulnerável

Aqui está uma seção novinha em folha de presente para você, que é superfã da CHC! Nela, vamos apresentar espécies da fauna e da flora brasileiras,  que estão, de alguma forma, ameaçadas de extinção. 

Nosso primeiro destaque é o cervo-do-pantanal, o maior cervídeo da América do Sul! Cervídeos são animais da família Cervidae, também chamados cervos ou veados. Essa família é constituída de mamíferos que apresentam cascos e chifres – aliás, você sabia que chifres são estruturas ósseas expostas na parte superior da cabeça?

A reprodução dos cervos-do-pantanal ocorre uma vez ao ano, normalmente, entre abril e setembro, e a fêmea dá à luz apenas um filhote por gestação. Os pequenos cervos-do-pantanal nascem com uma pelagem caramelo, mas sem as famosas pintinhas brancas do Bambi (um clássico dos desenhos animados), comum em filhotes de outros cervos.

Galhada de cervo

Os chifres são característica marcante de várias espécies de cervos – e são chamados de galhadas por serem parecidos com os ramos de uma árvore. Apenas os machos apresentam chifres, que são estruturas diferentes dos cornos observados nos bois. Os bovinos têm uma base óssea coberta por uma camada de queratina (igual a nossa unha) que é permanente. 

Nos cervos, os chifres são extensões dos ossos do crânio, que crescem e ficam expostos após perderem a camada de pele que os recobre. Esses chifres podem cair e voltar a crescer a cada ano, dependendo do período de reprodução. Mas há casos curiosos em relação aos chifres de outras espécies, como o da rena, que também é um cervo. Entre as renas, machos e fêmeas têm chifres. Já no veado-d’água-chinês, outra espécie de cervo, não cresce chifres nem no macho nem na fêmea.

Animais solitários

Normalmente, os cervos-do-pantanal são solitários, mas alguns grupos de dois a três indivíduos da mesma família já foram observados na natureza nadando juntos. Essa espécie tem como hábitat áreas planas e alagáveis de vegetação baixa junto aos grandes rios – áreas conhecidas como várzeas – ou a região do Pantanal.  

Os cervos-do-pantanal são herbívoros, ou seja, alimentam-se de plantas que crescem nessas áreas alagáveis. Para se locomover nesse tipo de ambiente, eles têm membranas entre os dedos, cascos alongados e pernas bem longas. Antes do processo de colonização do território brasileiro, a espécie era encontrada em uma vasta área no centro da América do Sul. Atualmente, sua distribuição está bastante reduzida e fragmentada. 

No Brasil, as maiores populações dessa espécie são encontradas no Pantanal, na Ilha do Bananal, no rio Tocantins e no rio Guaporé. Além disso, cada indivíduo da espécie precisa de muito espaço para viver. Os machos costumam ocupar uma área de vida do tamanho de 1.200 campos de futebol e as fêmeas o equivalente a 500 deles. Os cervos se movimentam dentro dessas áreas acompanhando o ritmo de seca e de cheia das várzeas.

Território ameaçado

O cervo-do-pantanal ocupa cada vez menos sua área de distribuição original, e o resultado é uma grande diminuição da quantidade desses animais, com várias extinções na região onde habitam. A perda de hábitat acontece por vários motivos: o avanço das plantações e pastos; a morte de indivíduos por doenças transmitidas pelos rebanhos de gado; a caça para obtenção do chifre (os caçadores só querem ostentar esse “troféu”); além da construção de grandes usinas hidrelétricas, que acabam inundando completamente as várzeas. Por tudo isso, a espécies está classificada como vulnerável na escala de risco de extinção! 

Agora que você conhece o cervo-do-pantanal, que tal contar para os amigos sobre esse gigante das várzeas. ? Quem sabe lançar a ideia de se reunir para estudar sobre a espécie e identificar as ações feitas para protegê-la?

Márcio Leite de Oliveira

Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde
Universidade de Araraquara

Matéria publicada em 31.01.2025

Comentários (3)

  1. CARLOS AMADEU LEITE DE OLIVEIRA

    Excelente artigo, consiso e bem explícito. Esperamos que mais artigos semelhantes a este sejam publicados. Parabéns ao editor e ao autor.

  2. Ola Marcio. Eu achei muito legal!

    Escola Dioneta
    Nova Serrana

  3. ola senhor Márcio meu nome é Nicolas e estou gostando do servo do pantanal é bem legal saber dela e gostaria de saber se o senhor pode colocar as imagens dele para podermos observar o servo do pantanal pois ele deve ser um animal lindo mas quero ver ele este animal mas não posso pergunta muito então vou me despedindo adeus

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