Quem nunca ficou com o nariz entupido que levante o primeiro lenço! Mas nem todos os animais sofrem com o entupimento do “dariz”.
Para os animais que têm um nariz grande, o olfato, ou seja, sentir o cheiro, é fundamental para a sua sobrevivência, como no caso dos tamanduás, que precisam farejar minúsculas formigas para se alimentar. Já o elefante, além de respirar pelo nariz, faz uso dele (a sua tromba) para arrancar folhagens do solo e também para segurar o rabinho de outro elefante, como nós, humanos, damos as mãos. E o que dizer dos golfinhos e das baleias? Cadê o nariz? Fica em cima da cabeça e exerce funções importantíssimas: além de permitir a passagem de ar, auxilia na busca por alimentos e na localização desses animais!
Não seria nada razoável que um tamanduá, um elefante ou um golfinho ficassem com o nariz entupido, porque eles simplesmente não iriam sobreviver. Mas o que dizer daqueles animais que estão mais próximos de nós, como os cães e gatos? Esses podem ter o nariz entupido sim! E fica com um incômodo danado, como acontece com a gente. Mas por que o nariz de cães e gatos entope? Se você pensou que é o catarro, aquela gosma verde, se enganou. A grande vilã é a inflamação, uma reação do organismo a uma invasão e desenvolvimento (ou multiplicação) de organismos capazes de provocar doenças (infecção) ou lesão dos tecidos. A região inflamada fica avermelhada e quente, devido a um aumento do fluxo de sangue e demais líquidos do corpo que vão para o local. As estruturas do nariz (conhecido por cornetos) são feitas de ossos, tecidos esponjosos (tem esse nome pois se parecem com esponjas mesmo!) e as mucosas, que ajudam a aquecer e umidificar o fluxo de ar que passa, aumentam de tamanho e não deixam o ar circular livremente. Assim… a narina entope!
Paula Baldassin
Médica veterinária
Os parasitos de peixes podem ser usados para indicar a qualidade dos nossos oceanos e, consequentemente, os peixes, que são seus hospedeiros também! Vamos entender isso melhor! Os peixes, ao se alimentarem, podem acumular poluentes presentes na água, como alguns metais tóxicos. Em alguns estudos realizados em rios da Alemanha e da região Sudeste do Brasil, os parasitos dos peixes continham muito mais chumbo e cádmio do que os tecidos dos seus hospedeiros! A maior parte dos estudos, porém, foi realizada com peixes de água doce. Aqui no Brasil, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz descobriram que os parasitos acantocéfalos encontrados no intestino da cocoroca, um peixe de água salgada, apresentavam concentrações altas de alumínio, cobre e zinco. Isso mostra que o ambiente onde os peixes foram coletados, a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, é altamente poluído – especialmente pelo esgoto que vêm das indústrias e das casas, e também pelas tintas aplicadas nos barcos. Em resumo, estudar os parasitos acantocéfalos em peixes é, sim, uma forma de obter informações valiosas sobre ambientes que afetam diretamente os seres humanos. Afinal, rios e mares são livremente visitados para o lazer, além de fornecer alimentos como peixes e outros frutos do mar.
Lucas Keidel, Rachel Ann Hauser-Davis e Cláudia Portes Santos
Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz
A resposta é sim! E o caso mais conhecido é o de Plutão. Em 2006, o então planeta mais distante do Sol, Plutão, deixou a categoria e foi “rebaixado” a planeta anão. A decisão foi da União Astronômica Internacional, que estabeleceu critérios novos para classificar planetas. E Plutão não cumpria as novas especificações. O “rebaixamento” causou certo desconforto a muitos cientistas e pessoas em geral. Mas, se essa nova classificação não fosse estabelecida, o número de planetas aumentaria muito. Isso porque diversos corpos menores, com características parecidas com a de Plutão, já foram descobertos, e seria uma confusão danada! Para você ter uma ideia, o Sistema Solar é todo o conjunto de planetas, satélites, planetas anões, cometas, asteroides, poeira, gás, fragmentos (ufa!) que estão sob a atração gravitacional do Sol. Em outras palavras, a posição desses corpos no espaço depende da força que o Sol exerce sobre eles. As estrelas que vemos no céu, mesmo que pareçam estar entre os planetas, não fazem parte do Sistema Solar, e estão muito distantes de qualquer outro astro. A única estrela presente no Sistema Solar é o… Sol!
Pois bem: os planetas eram inicialmente definidos como corpos que pareciam se movimentar em relação a essas estrelas de fundo. A nova definição, que foi criada em 2006, é um pouco mais complicada, mas ela permite que apenas oito corpos sejam hoje classificados como planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Ao mesmo tempo, diversos outros corpos são “parecidos” com planetas, mas classificados de outra forma, como planetas anões. E aí fica Plutão, o planeta rebaixado a planeta anão.
Eder Cassola Molina
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Universidade de São Paulo
Matéria publicada em 28.05.2021