Há muito tempo, homens e mulheres que fugiam da escravidão no Brasil se escondiam em lugares chamados quilombos. Na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, em uma região cheia de palmeiras, ficava o mais famoso de todos os quilombos brasileiros: o Quilombo dos Palmares.
O local, claro, não é mais refúgio de escravizados. Foi transformado no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, um verdadeiro museu a céu aberto. Lá está uma parte da memória africana e de escravidão no nosso país.
A palavra ‘quilombo’ vem de ‘mukambu’, palavra africana de origem banta-angolana, que significa ‘lugar de refúgio’. Quilombo, portanto, era um local onde homens e mulheres escravizados, que conseguiam escapar do cativeiro, iam se esconder. Os quilombos eram geralmente construídos em regiões de difícil acesso – no alto de serras ou em meio a matas fechadas, por exemplo – para que não fossem encontrados, permitindo que aqueles que conseguissem lá chegar pudessem levar uma vida livre de trabalhos forçados e de torturas.
O Quilombo dos Palmares foi o maior desses refúgios – e se tornou o mais famoso também. Chegou a reunir mais de 20 mil pessoas, a maioria negros vindos da costa africana que escaparam da escravidão. Mas havia também uma parte de índios e até de brancos empobrecidos. Era muita gente… Para você ter uma ideia, a cidade do Recife, que era a maior capital do Nordeste na época, contava com cerca de cinco mil habitantes. Palmares tinha quatro vezes mais pessoas!
Helcias Pereira
Fundação Cultural Palmares
e Projeto ‘Vamos subir a serra’,
Centro de Cultura e Estudos Técnicos Anajô.
Matéria publicada em 29.05.2019
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