Como o cérebro entende a leitura em Braille?

Ilustração Walter Vasconcelos

Ler é fantástico, e é cientificamente comprovado que desenvolver esse hábito faz bem para o cérebro. Mas será possível ler sem enxergar? A resposta é… sim!!!

Podemos ler por meio do tato, e chamamos esse tipo de leitura de Braille – uma homenagem ao francês Louis Braille, que desenvolveu a técnica após perder completamente a visão na infância. O sistema Braille consiste em uma série de pontos em relevo, organizados em um padrão de seis pontos para representar letras, números e sinais de pontuação. 

Além de ler em Braille, uma pessoa cega ou com baixa visão também pode escrever usando esse sistema, que segue a mesma lógica da leitura tradicional: da esquerda para a direita, linha por linha. E, como a leitura em Braille apresenta um padrão universal, pode ser utilizada para escrever em qualquer língua, e também é possível adaptá-la aos diversos alfabetos e ortografias de diferentes idiomas.

O que diferencia a leitura em Braille é que ela é feita com as mãos. Pode-se usar uma ou ambas as mãos, dependendo da preferência e do treinamento do leitor. Isso é possível porque esse tipo de leitura utiliza o sentido do tato, através das pontas dos dedos, para identificar os pontos em relevo que formam palavras e frases. Enquanto uma pessoa lê em Braille, seu cérebro ativa áreas semelhantes às usadas na leitura visual, mas com uma ênfase maior nas áreas associadas ao toque. 

Atualmente, o avanço da tecnologia tem promovido uma maior inclusão social para leitores cegos ou com baixa visão. Já reparou nas placas em Braille em elevadores, por exemplo? Elas facilitam a navegação e proporcionam mais autonomia para as pessoas que não enxergam. Inclusão tem a ver com igualdade de direitos. Já pensou nisso?