
Antes de falar em cheiro de múmia, é preciso saber o que é uma múmia. Você sabe? Se começarmos pelo significado da palavra, múmia tem origem do árabe mumiyã, que significa betume, uma mistura viscosa, similar a uma cera, usada para embalsamar ou mumificar os corpos.
A múmia em si é um corpo – pode ser humano ou de outro animal – que foi conservado após a morte de tal forma que a pele e demais órgãos não sofreram decomposição durante o passar do tempo. A mumificação pode ser intencional, que é quando os corpos são preparados com o propósito de serem conservados por um período indeterminado, mas também pode ocorrer de forma acidental, em razão do clima frio ou seco.
As múmias mais famosas, como a do faraó Tutancamon, são as do Egito Antigo, mas também existem múmias em outras regiões do mundo. Os egípcios acreditavam que, para retornar ao paraíso (algo como o céu em algumas religiões), a pessoa morta precisava manter uma conexão com o mundo dos vivos, e isso, acreditavam eles, era feito com a conservação do corpo e de seus objetos pessoais – que eram enterrados junto com a múmia.


O processo de mumificação egípcio seguia um roteiro: primeiro, lavava-se o corpo; depois, retiravam-se alguns órgãos; em seguida, secava-se o corpo para, depois, lambuzá-lo com muitos óleos. Pronto? Que nada! Para finalizar, enrolava-se o corpo em tecido de linho.
Acredita-se que esse método tenha sido inspirado em corpos que se conservavam naturalmente no deserto e foi melhorado ao longo do tempo. O processo para conservação demorava cerca de 70 dias, incluindo as diferentes etapas, e custava muito caro.
As múmias das pessoas mais ricas eram colocadas em caixões (de madeira) e então em sarcófagos (de pedra). As pessoas comuns, depois de mumificadas, eram enterradas em cavernas ou tumbas simples.
Ah, sim! Junto com a múmia eram enterrados alguns pertences pessoais da pessoa morta e amuletos, como escaravelhos – um tipo de besouro –, para dar sorte na outra vida. A depender do nível social da múmia, ela seguia também com uma máscara de ouro. Luxuoso, não?
A mumificação no Egito Antigo começou a ser feita muito antes de se ter um conhecimento detalhado do corpo humano. Para se ter uma ideia, removia-se o cérebro pelo nariz sem saber para que servia. O intestino, o estômago, os pulmões e o fígado eram retirados e guardados em potes especiais chamados vasos canopos. O coração, que era considerado a fonte do espírito, geralmente ficava no corpo ou era mumificado separadamente. Já os rins e outros órgãos, às vezes, eram deixados no corpo, ou porque era difícil retirá-los ou porque não se sabia que eles existiam.

Ainda naquela época, as pessoas perceberam que as múmias tinham um cheiro agradável, o que provavelmente era um sinal de que estavam bem preservadas. Mas, como havia um propósito místico na mumificação – preparar a pessoa morta para chegar ao paraíso ou céu –, o cheiro bom acabou sendo associado a pessoas especiais na relação com deuses.
Por outro lado, seguindo a mesma lógica, o mau cheiro dos mortos não mumificados devia indicar que aquelas eram pessoas comuns. Aliás, no antigo sistema de escrita dos egípcios por meio de símbolos, os hieróglifos, há alguns correspondentes aos termos podridão e putrefação para se referir a corpos não preservados.

Curioso com essa história em torno do cheiro das múmias, um grupo internacional de cientistas da atualidade resolveu fazer uma pesquisa no Museu Egípcio do Cairo. No total, nove múmias de diferentes períodos e estados de conservação foram estudadas.
Duas técnicas para identificar o cheiro das múmias foram usadas: a primeira foi uma análise sensorial a partir do cheiro, envolvendo um grupo de especialistas em classificar diferentes odores e suas intensidades; já a segunda técnica empregada foi a cromatografia, que identifica e separa moléculas de acordo com suas diferentes propriedades e pelo odor.
A pesquisa concluiu que as múmias exalavam cheiros como amadeirado, apimentado e doce. A partir dessas pistas, o grupo de cientistas foi capaz de identificar, depois de tanto tempo, diferentes materiais usados nos processos de mumificação e entender melhor as substâncias envolvidas na conservação e decomposição dos corpos.
Uma observação interessante é a de que as múmias guardadas em depósitos e as que estavam expostas em vitrines tinham cheiros diferentes. Isso se deve ao fato de que os dois lugares concentram diferentes substâncias no ar.
As substâncias químicas detectadas na análise dos odores indicaram que os materiais usados na mumificação incluíam zimbro, mirra, incenso, tomilho, lavanda, eucalipto, cedro e pinheiro. Também foram identificados óleos empregados na conservação dos corpos, como os de cravo, hortelã, manjericão, cânfora, canela, limão e laranja. Outra constatação foi a de que o próprio museu usou pesticidas sem cheiro para conservar as múmias, além de substâncias químicas derivadas da decomposição dos tecidos humanos e dos materiais da mumificação.
A pesquisa também contribuiu para indicar os riscos que alguns produtos usados na conservação dos corpos podem ter para as pessoas que trabalham e visitam os museus, destacando a importância de se ter vitrines adequadas para guardar e expor as múmias.
Muitos museus e universidades ao redor do mundo têm departamentos de egiptologia, onde é possível ver de perto uma legítima múmia egípcia.
No Brasil, o Museu Nacional, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui um laboratório de egiptologia chamado Seshat (significa “a que escreve”, uma referência a uma deusa egípcia com mesmo nome), que inclusive realizou trabalho de campo no Egito em 2025.
Falando em 2025, este também é o ano de inauguração do maior museu do mundo dedicado a uma única civilização: o Grande Museu Egípcio! Se estiver de viagem por lá, confira!
Thaís M. Alves
José C. Barros
Instituto de Química
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Matéria publicada em 01.07.2025
Greice
Uau! Eu não sabia que as múmias tinham o cheiro tão bom. Um abraço da Greice!
Greice Kofahl
olá pessoal da CHC ! Gostei da publicação doce cheiro da múmia.
Maria das Neves Lopes da Silva
Gostei, a matéria é muito interessante e contribui para o enriquecimento de meus conhecimentos sobre as civilizações egípcias.
Alunos do 3º ano MA/ Maceió -AL
Olá pessoal da CHC!
Somos os alunos do 3º ano MA, do colégio Santíssimo Senhor. Lemos a reportagem sobre “Doce cheiro de múmia”. Achamos muito interessante e legal.
Não sabíamos que múmia tinha cheiro bom! E também não sabíamos que os corpos podiam ser mumificados naturalmente. Achávamos que tinha cheiro ruim. Aprendemos muitas coisa interessante sobre a mumificação.
Obrigada CHC!
Beijos!
Alunos do 3º ano VA/ Maceió -AL
Olá CHC,
Nós somos alunos do 3º ano VA, do colégio Santíssimo Senhor.
Lemos a reportagem “Doce cheiro de múmia”, gostamos muito da notícia. Porque é muito interessante como é feita a mumificação.
Gostaríamos de saber como as piramides foram construídas se naquela época não existiam máquinas.
Tchau CHC. Até a próxima!
Levi
oi chá seus conteúdos são sensacionais
Ana Beatriz Santos Mattos
Oie bom dia!
Ciencias Hoje das crianças
Meu nome e Ana Beatriz, sou do 4 ano C em Barueri/SP
Gostei muito do livro, e tambem amei saber mais sobre as mumias!
Vou ler mais varios livros amei o site. Parabens para você
Ate breve!
Ana Beatriz Santos Mattos.
Davi Silva de Moraes Santos
Boa tarde!
Ciencia Hoje das crianças.
meu nome é Davi Silva de Moraes Santos,sou
aluno de Barueri e gostei de ler sobre Doce cheiro de múmia.
Obrigado e parabéns por escrever para as crianças.
Até breve!
Davi Moraes.
Alunos do 3° ano A - Presidente Prudente/SP
Olá, pessoal da CHC!
Nós somos alunos do 3º ano A do Colégio Cristo Rei, da cidade de Presidente Prudente.
Gostamos muito da revista. Lemos a matéria “Doce cheiro de múmia”, da edição 367. Foi muito interessante saber sobre os cheiros das múmias e o processo de mumificação.
Abraços, galera da CHC.
JORGE CARVALHO CARIM PEDRO
Oi, chc! Achei bem estranho ficar no céu mas com uma ligação no mundo humano , e achei que as múmias eram só humanos mas não, também são animais.
Sou aluno do Colégio Salesiano Goiânia.
Maria Cecília (terceiro ano c tarde JP)
Oi revista CHC adorei saber sobre as múmias , adoro história
Anna vitoria Andrade silva
Oi meu nome e vitoria sou do 3 ano b gostei muito do texto doce cheiro de múmia gostei de ler como elas são preparadas amei ler
Anna vitoria
Amei sobre ler doce cheiro de múmia muito interessante
Alunos do 4º ano C da escola municipal Francisco Corrêa de Piracicaba
Ola pessoal da CHC,
gostei muito da pesquisa que vocês fizeram, eu nem poderia imaginar que as mùmias possuem um cheiro agradável. Isso nos ajudou na nossa pesquisa.
Descobrimos que existe uma única múmia no Brasil. Também descobrimos como os órgãos eram guardados. Obrigado por todas essas informações.
Maria Valentina
Olá CHC,
Eu sou a Maria Valentina tenho 9 anos sou
da escola Equação Certa Teresina-Pi . Eu
estou lendo muito sobre suas matérias
eu não sabia que as múmias tinham cheiro
bom e nem embrulhadas por tecido eu achava
que elas era embrulhadas por papel.
Beijos,
Maria Valentina.
gabriel 4b
oi CHC e muito legal
João Guilherme Reis de Araujo
Macapá, 20 de agosto
Bom dia, editor da CHC
Eu li sua matéria sobre as mumias, e achei muito legal, não sabia que as mumias eram cheirosas e nem sabia como fazer uma mumia, sendo sincero, eu gosto de series que envolve corpos mortos e essa matéria foi a minha cara
Essa matéria é muito boa e é muito interessante para as crianças
Atenciosamente,
João Guilherme
Carolinna.
Olá,CHC. Eu gostei bastante desse artigo, eu queria que voces falassem de animais vertebrados e invertebrados.
Doce Cheiro de Múmia - 3º ano A
Olá, pessoal da CHC!
Nós somos a turma do 3º ano A do Colégio Nossa Senhora das Neves, na cidade de Natal/RN. Lemos o artigo “Doce cheio de múmia”, da edição 367. Gostamos muito de aprender sobre o processo de mumificação e achamos interessante descobrir a parte que fala das crenças dos egípcios de conservar o corpo e objetos pessoais para retornar ao paraíso.
Abraços, até a próxima!
Oliver de sotti Oliveira
Boa tarde,eu adorei a matéria da Thaís M. Alves, e do José C. Barros Instituto de Química Universidade Federal do Rio de Janeiro achei fascinante. A matéria é fascinante eu não sabia que as múmia era fidida pois quando fui no museu de anatomia da UEL os corpos eran fididos.a múmia de Lady Dai (Xin Zhui), da China é a mais bem conservada do mundo.atenciosamente,
oliver de sotti oliveira
Oliver de sotti Oliveira
Boa tarde,eu adorei a matéria da Thaís M. Alves, e do José C. Barros Instituto de Química Universidade Federal do Rio de Janeiro achei fascinante. A matéria é fascinante eu não sabia que as múmia não eram fididas pois quando fui no museu de anatomia da UEL os corpos eran fididos.a múmia de Lady Dai (Xin Zhui), da China é a mais bem conservada do mundo.atenciosamente,
oliver de sotti oliveira
BRUNA MACÊDO ANDRADE
Amei o conteúdo. Só achei meio longo
3° Ano B, Santa Rita de Caldas (MG)
Olá pessoal da CHC! Nós alunos do 3° ano B, da Escola Municipal Professora Maria Conceição Martins (MG), gostamos muito do artigo porque não sabíamos que as múmias tinham cheiro bom, esse conteúdo foi muito importante para nosso conhecimento.
Um grande abraço.
Turma do 3º ano A
Boa tarde CHC! Nós do 3º ano A da escola EMEF “Ministro Petrônio Portella” estamos aprendendo a respeito do gênero textual de “Cartas do Leitor” e quando lemos a matéria Doce Cheiro de Múmia, ficamos ansiosos para escrever essa carta. Achamos muito interessante a matéria e o que mais gostamos foram as imagens verídicas das múmias. Até queremos visitar os museus mencionados na matéria. Alguns de nós, acharam a matéria bem legal, mas ficamos com um pouco de medo kkkkkkkkk
Estamos ansiosos para ler outras matérias. Até mais, 3º ano A!