Pasteur e as supervacinas

Detalhe de ilustração de Pasteur publicada em 1897 na revista Munsey’s Magazine

Atchim! Ao ouvir o espirro do Rex que pesquisava sobre Louis Pasteur, Diná leva ao mascote um comprimido de vitamina C. Ela sorri e diz: ‘é melhor prevenir que remediar’. A recomendação veio a calhar, pois Pasteur foi um dos primeiros defensores da idéia de que as doenças deveriam ser previamente tratadas.

Uma de suas famosas descobertas ocorreu em 1865. Ao investigar um surto de cólera (ou salmonelose) que infectava um aviário francês, Pasteur observou galinhas contaminadas por bactérias. Retirou amostras de bactérias e as guardou em seu laboratório. Dias depois, notou que a presença de bactérias nas amostras diminuiu, talvez porque a cultura estivesse velha, o que era ideal para se realizar um primeiro teste com as aves. Ele injetou essa amostra em duas galinhas que adoeceram, mas se curaram rapidamente. Depois fez um segundo teste com outras aves e com as duas já testadas, com uma quantidade maior de bactérias desta vez. Quase todas morreram, mas Pasteur não ficou triste, pois as duas galinhas que ele testou primeiro sobreviveram.

Seria um milagre ou elas seriam supergalinhas? Nada disso! Pasteur concluiu que as aves que receberam uma dosagem de bactérias em menor quantidade foram imunizadas, ou seja, elas já possuíam os anticorpos (proteção natural do organismo contra um agente estranho) que combateriam aquela doença. Baseado nessa experiência, ele desenvolveu uma vacina para que as galinhas se protegessem da cólera. Embora não gostasse de admitir, ele só pôde desenvolver essa vacina por já conhecer o estudo do médico inglês Edward Jenner, verdadeiro inventor do princípio da vacinação.

Selos em homenagem a Pasteur lançados pelas Ilhas Comores (esq.) e pelo Dahomey (Benin)

Pasteur já era então um homem muito famoso na França devido a seu trabalho e dedicação (em 1877, dez anos após sofrer uma paralisia, ele ainda pesquisava com garra). Certa vez, ajudou criadores de bois e ovelhas a identificar que o antraz exterminava o rebanho. Ele pensou então: por que não fazer com bois e ovelhas o mesmo que fiz com galinhas? A partir da mesma idéia (a imunização de animais), Pasteur produziu também uma vacina contra o antraz e reduziu a mortalidade no pasto.

Ele ficou satisfeito, mas tinha outra preocupação — a raiva. Também chamada de hidrofobia, essa doença causada por um vírus condenava à morte uma pessoa mordida por animais contaminados. Em 1882, ele dizia: “temos de aprender como imunizar os homens”. Ele também poderia ter dito que “é melhor prevenir que remediar”, certo?

A partir do que havia estudado, Pasteur realizou experimentos que permitiram elaborar uma vacina contra a raiva. Primeiro ele a testou em bichos, até uma mãe desesperada lhe fazer um pedido. Ela queria que ele aplicasse a vacina ainda em testes no seu filho de nove anos, mordido por um cão raivoso. Após ser vacinado ele se recuperou sem nenhum sinal da doença! Pasteur descobriu então o caminho da cura da raiva.

Leia mais: Introdução A teoria dos germes

Matéria publicada em 02.05.2002

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Aline Pereira

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