Quero saber…

…o que é mar de ressaca?

Você já deve ter visto uma cena dessas ao vivo, pela TV ou em vídeo na internet. Dizemos que o mar está de ressaca quando parece que ele “briga” com a beira da praia. Soa assustador? Bem, é um fenômeno da natureza…

Ressaca na praia do Arpoador, no Rio de Janeiro.
Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

As ressacas acontecem a partir de eventos meteorológicos extremos nos oceanos, como a passagem de ciclones e tufões. Os ventos fortes, causados por esses fenômenos, fazem aumentar o tamanho das ondas no oceano. E essas ondas agitadas e grandes, que se formam em mar aberto, são levadas pelas correntes marítimas em direção ao litoral. E chegam lá com força!

Essas ondas que chegam ao litoral também sofrem influência do fundo do mar. Quanto mais raso se torna o fundo do mar, maiores são as ondas. Por isso, em muitas situações de ressaca, elas costumam encobrir a areia da praia e quebrar bem pertinho da rua.

O movimento das marés é outra influência no tamanho e na força da ressaca. Os ciclos das marés estão ligados à posição da Lua e do Sol em relação ao nosso planeta. Quando a Lua, o Sol e a Terra se alinham, temos as chamadas marés de sizígia. Boiou? Não precisa decorar o nome! Saiba que essas marés acontecem em época de Lua Nova e Lua Cheia. É nessa época que costumam ocorrer as maiores e mais perigosas ressacas. Portanto, ouviu dizer que o mar está de ressaca, marque a praia para outro dia!

 

Márcio L. V. Barbosa-Filho
Universidade Federal Rural de Pernambuco

Salvatore Siciliano
Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz

Como nasce um rio?

Parece óbvio, mas ele precisa de água! E de onde ela vem? Os rios podem nascer pelas chuvas ou por derretimento do gelo que fica no alto de montanhas. A água que vem das chuvas ou do degelo toca o solo e vai correndo por onde passa. A certa altura do caminho, ela pode chegar a uma rocha bem dura, ou a outro obstáculo que impeça que a água se infiltre no solo. Aí, a água se acumula naquele lugar, e forma uma espécie de rio subterrâneo! Mas calma que ainda não é um rio como o conhecemos… Chamamos esse depósito subterrâneo de lençol freático. Ele pode ficar a vários metros de profundidade. Não o vemos, mas acredite, ele está lá! E é fundamental para o nascimento de rios.

Nascente do rio São Francisco no Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas.
Foto Wikimedia Commons

Esses volumes de água continuam fluindo abaixo da terra. Até que, um dia, acontece algo que permite que essa água brote do fundo para a superfície. Pode ser pela própria força da água, ou por um acidente geológico, como um terremoto, por exemplo. Ou pode acontecer, simplesmente, pelo desgaste e a erosão do solo. Essas condições podem fazer com que a água até então subterrânea “brote” para a superfície, dando origem ao que chamamos “olho d´água”. É aí que surge a nascente do rio.

 

Renata Gracie
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
ICICT/Fiocruz

…por que os dedos murcham quando entramos na água?

Por muito tempo, os cientistas se fizeram a mesma pergunta! Eles não sabiam se a pele enrugada depois de muito tempo na água tinha alguma função. Até que um estudo recente indicou a resposta: descobriu-se que a pele enrugada poderia ser uma reação do nosso corpo, controlada pelo sistema nervoso, para facilitar o manuseio de objetos molhados. As rugas nos dedos serviriam, então, para nos dar maior aderência. Como as rugas nos pneus dos carros, que facilitam ao dirigir na chuva sem perder o controle do veículo!

Ilustração Walter Vasconcelos

E como os cientistas provaram isso? Fizeram um experimento com vários participantes. Eles tinham que pegar bolinhas de diferentes tamanhos: primeiro com as mãos secas; em seguida com as mãos depois de ficarem imersas em água morna por 30 minutos. Algumas bolinhas também estavam secas, e outras, molhadas. Foi aí que os pesquisadores perceberam que as pessoas que pegavam as bolinhas molhadas mais rapidamente eram as que estavam com os dedos enrugados! Já na hora de mover os objetos secos, os dedos enrugados não fizeram nenhuma diferença.

O estudo indicou, então, que essa reação da pele pode ser uma vantagem adquirida pelo ser humano durante a evolução da espécie. Os dedos enrugados poderiam ter ajudado nossos ancestrais a coletar alimentos de riachos ou vegetação úmida, por exemplo. E, o mesmo efeito enrugado nos dedos dos pés, poderia nos ajudar a ter melhor aderência a superfícies molhadas pela chuva ao longo da nossa evolução. Curioso, não?

 

Rachel Ann Hauser-Davis
Instituto Oswaldo Cruz,
Fiocruz

Matéria publicada em 22.10.2019

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