Você já visitou um observatório astronômico? Já teve a oportunidade de olhar para o céu limpinho, repleto de estrelas? Agora, imagine ter essa visão de fora do nosso planeta, não seria incrível? Acima da atmosfera, orbitando a Terra com a velocidade de oito quilômetros por segundo, está o telescópio espacial Hubble, que completa 25 anos este mês.
Lançado em 24 de abril de 1990, o Hubble tem como principal objetivo fazer imagens claras do espaço – melhores que as dos telescópios instalados em terra, que enfrentam dificuldades como as condições atmosféricas, que podem piorar a qualidade das imagens. A construção do Hubble e sua operação ficam a cargo da agência espacial americana, ou Nasa, na sigla em inglês.
Pouco depois do lançamento, os cientistas e engenheiros envolvidos na operação do telescópio detectaram um defeito. Em vez das imagens claras que eram esperadas, os cientistas começaram a ver imagens borradas. E como resolver isso? Felizmente, o Hubble foi projetado para receber reparos lá no espaço, sem precisar voltar à Terra. Assim, decidiu-se instalar um conjunto de espelhos capaz de consertar o problema.
Em 1993, sete corajosos astronautas embarcaram na primeira missão de reparo do Hubble e o deixaram pronto para funcionar a todo o vapor. Após esta primeira missão, outras viagens para troca de peças e equipamentos foram feitas.
“Com o Hubble, imagens nunca antes obtidas foram possíveis, modificando radicalmente a maneira de olharmos para o universo”, comenta o físico Adilson de Oliveira, da Universidade Federal de São Carlos. “Milhões de novas galáxias foram observadas, supernovas, planetas fora do Sistema Solar e processos estelares que nos deram as mais belas imagens do universo até então”, acrescenta.
Com o passar do tempo, as peças do Hubble ficarão muito velhas, até que não poderão mais ser usadas. Assim, a vida do telescópio está perto do fim. Em 2018, será lançado o telescópio espacial James Webb, que irá substituir o Hubble em algumas de suas funções. Até lá, no entanto, muitos cientistas ainda continuarão contando com os dados do Hubble em suas pesquisas astronômicas.