Estudar é muito importante para o nosso futuro. No Brasil, apesar de muitas crianças ainda estarem fora da escola, todas elas têm assegurado pela Constituição o direito de estudar. Mas sabia que existem lugares em que isso não acontece? Alguns anos atrás, por exemplo, as meninas de algumas partes do Paquistão, um país da Ásia, foram proibidas de ir à escola. Que absurdo!

Alguns anos atrás, meninas de algumas partes do Paquistão foram proibidas de estudar. (foto: United Nations Photo / Flickr / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/) CC BY-NC-ND 2.0 (/a))
Isso aconteceu porque o lugar era controlado por um grupo religioso muito radical chamado Talibã, que controlava tudo na vida dos habitantes, em especial das mulheres. Foi quando uma menina chamada Malala Yousafzai se destacou como símbolo da luta por liberdade. Sua atuação foi tão importante que valeu o prêmio Nobel da Paz de 2014 e ela se tornou a primeira paquistanesa e a pessoa mais jovem a receber essa premiação, com apenas 17 anos. Vamos conhecer melhor a história dela?
Pelo direito de estudar
Quando tinha 15 anos, Malala começou a escrever em um blogue chamado “Diário de uma estudante paquistanesa”. Nele, a menina denunciava a pouca liberdade e as dificuldades enfrentadas em seu país sob domínio do Talibã e defendia a educação das crianças. Ela chamou atenção: foi entrevistada por emissoras de televisão e jornais, foi estrela de um documentário e até indicada ao Prêmio Internacional da Paz da Infância em 2011.
Mas a luta da menina também atraiu o ódio do Talibã – tanto que tentaram calar a sua voz. Quando voltava da escola, em outubro de 2012, Malala foi baleada na cabeça por representantes do grupo. Que horror! Mas pode ficar tranquilo, pois ela sobreviveu ao atentado e não desistiu.

A jovem paquistanesa foi perseguida por defender o direito das meninas a estudar e se tornou um símbolo da luta pela igualdade. (foto: European Parliament / Flickr / (a href=https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/) CC BY-NC-ND 2.0 (/a))
Nove meses depois, após várias cirurgias, Malala discursou na Assembleia de Jovens da Organização das Nações Unidas e voltou a defender a educação e a condenar o terrorismo. Hoje, ela vive na Inglaterra, de onde continua sua atuação.
Para Mário Volpi, coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, a menina é um exemplo do potencial dos adolescentes do mundo inteiro. “As sociedades precisam ampliar os espaços de participação, ouvir suas vozes e criar oportunidades de desenvolvimento para garantir que eles exerçam sua cidadania”, acredita.
Dupla premiação
Malala recebeu o Nobel da Paz junto com o indiano Kailash Satyarthi, veterano da luta pelos direitos das crianças, pelo acesso à educação e contra a exploração infantil. A premiação destaca a necessidade de proteger as próximas gerações para garantir um futuro mais harmonioso. “O trabalho infantil é um grande problema e a educação, uma solução para tornar o mundo um lugar melhor”, avalia Mário.

Depois do atentado, Malala passou a viver na Europa, defendeu o direito das mulheres e das crianças à educação por todo o mundo e recebeu diversos prêmios por seu trabalho. (foto: Claude TRUONG-NGOC / Wikimedia Commons / (a href=http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/) CC BY-SA 3.0 (/a))
A premiação da menina paquistanesa e do ativista indiano pode servir, ainda, para aproximar seus países. Os dois se tornaram independentes da Inglaterra juntos, no século 20, graças aos esforços de um grande líder pacifista chamado Mahatma Gandhi. Mas desde então têm vivido em pé de guerra por causa de regiões de fronteira e de questões religiosas – a Índia é hindu e o Paquistão, muçulmano.
Tratar qualquer pessoa de forma diferente, seja por sua religião, sexo ou qualquer outro motivo é errado. E também não é legal viver brigando com nossos vizinhos! Tomara que o prêmio da Malala sirva de exemplo e ajude a espalhar a paz pela região, não é?