Ciência premiada

Todos os anos, a Real Academia Sueca de Ciências seleciona alguns notáveis cientistas de diferentes áreas e dá a eles o cobiçado prêmio Nobel. E não é para qualquer um: trata-se de um dos prêmios mais disputados do mundo científico! A ideia é homenagear pesquisadores pelas importantes contribuições que eles deram à ciência ao longo de suas vidas e de suas carreiras.

O prêmio Nobel tem esse nome em homenagem a um importante inventor sueco, o Alfred Nobel, que criou a dinamite, invento que auxilia na construção de túneis e canais. (foto: Fundação Nobel / Wikimedia Commons / <a href=https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/br/>CC BY-SA 3.0</a>).

O prêmio Nobel tem esse nome em homenagem a um importante inventor sueco, o Alfred Nobel, que criou a dinamite, invento que auxilia na construção de túneis e canais. (foto: Fundação Nobel / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0).

São seis categorias de premiação: medicina, física, química, literatura, paz e economia. Cada premiado ganha oito milhões de coroas suecas – o equivalente a um milhão de dólares. Nada mal, hein? Mais importante do que essa grana toda, porém, são os avanços científicos, tecnológicos e culturais que cada pesquisador oferece ao seu campo de atuação.

Ah, sim, o prêmio Nobel não é necessariamente dado a uma só pessoa. Ele pode ser concedido a uma dupla de pesquisadores ou, às vezes, até mesmo a um trio. Agora que você sabe tudo sobre a premiação, que tal conferir os vencedores desse ano?

E o prêmio vai para…

A primeira categoria a ser anunciada foi o prêmio Nobel de Medicina, que contemplou o casal May-Britt Moser e Edvard Moser, da Noruega, e John O’Keefe, dos Estados Unidos. Eles ajudaram a neurociência a responder a seguinte dúvida: quando o assunto é localização, como sabemos onde estamos e para onde devemos seguir para chegar a determinado local?

May-Britt Moser, Edvard Moser e John O'Keefe foram os ganhadores do prêmio Nobel de Medicina este ano. (foto: adaptado de NTNU / Wikimedia Commons / <a href=http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/deed.en> CC BY 2.0 </a> e <a href=http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/> CC BY-SA 3.0 </a>)

May-Britt Moser, Edvard Moser e John O’Keefe foram os ganhadores do prêmio Nobel de Medicina este ano. (foto: adaptado de NTNU / Wikimedia Commons / CC BY 2.0 e CC BY-SA 3.0 )

A resposta está em nosso cérebro. Os pesquisadores perceberam que existem neurônios especializados responsáveis pela nossa localização. Essas células cerebrais registram nosso posicionamento e criam uma espécie de mapa do espaço ao nosso redor, funcionando como um verdadeiro GPS mental.

E o prêmio Nobel de Física? Quem ganhou foram três japoneses: Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura, que conseguiram desenvolver, no início dos anos 1990, o LED azul. O LED nada mais é do que uma tecnologia de iluminação bem mais eficiente do que as lâmpadas comuns.

O grande trunfo dos japoneses é que o LED de cor azul abre caminho para o desenvolvimento do LED de cor branca. Esse, segundo os especialistas, pode representar nos próximos anos a maior revolução na iluminação desde que foi criada a lâmpada elétrica! Nada mal, hein?

O Nobel de Física foi para os inventores do LED azul, uma revolução na iluminação desde que foi criada a lâmpada elétrica. (foto: Alexofdodd / Wikimedia Commons / <a href= http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.pt> CC BY-SA 3.0 </a>)

O Nobel de Física foi para os inventores do LED azul, uma revolução na iluminação desde que foi criada a lâmpada elétrica. (foto: Alexofdodd / Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0 )

Já quem gosta de química vai adorar conhecer a pesquisa vencedora da categoria esse ano. Foram contemplados os norte-americanos Eric Betzig e William Moerner e o romeno naturalizado alemão Stefan Hell. O trio criou mecanismos com os quais foi possível criar microscópios muito mais potentes chamados, na verdade, de nanoscópios.

Se antes só podíamos enxergar estruturas como bactérias e células, agora podemos ver coisas muito menores, em escala nanométrica, como vírus, proteínas e organelas celulares bem pequenininhas! Com essas técnicas avançadas, cientistas conseguem enxergar até as sinapses entre os neurônios. Já pensou que legal?

Os amantes dos livros também vão gostar de conferir o resultado da premiação. Quem ganhou o Nobel de Literatura foi o francês Patrick Modiano, que tem origem ítalo-judaica e escreve sobre as dificuldades vividas pelos judeus que moraram na França durante e após o período da ocupação nazista, mais ou menos a partir da década de 1940.

Já o prêmio Nobel da Paz foi para o indiano Kailash Satyrathi e para a paquistanesa Malala Yousafzai. Kailash foi reconhecido pelo seu longo trabalho contra a exploração infantil. E Malala, uma jovem militante que ficou mundialmente famosa depois de defender a educação das meninas em sua região natal, foi premiada por seu trabalho em prol da educação. Com apenas 17 anos, ela é a pessoa mais jovem a ter ganhado um prêmio Nobel.

Com apenas 17 anos de idade, a estudante Malala Yousafzai foi a pessoa mais jovem a ganhar um prêmio Nobel. (foto: United Nations Photo / Flickr / <a href= https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/> CC BY-NC-ND 2.0</a>)

Com apenas 17 anos de idade, a estudante Malala Yousafzai foi a pessoa mais jovem a ganhar um prêmio Nobel. (foto: United Nations Photo / Flickr / CC BY-NC-ND 2.0)

Para finalizar a lista, vamos agora ao vencedor do prêmio Nobel de Economia: o francês Jean Tirole. Esse economista estudou, desde a década de 1980, o que os economistas chamam de oligopólio e regulação de mercados.

Ficou confuso? É simples: oligopólio é uma prática comercial em que poucas empresas acabam dominando quase todo o mercado em que atuam. É aí que entra o papel dos governos, que devem tomar algumas medidas para que tais empresas não acabem, por exemplo, cobrando preços mais altos do que o esperado ou abusando do poder que têm.

Aposto que você gostou de conhecer os premiados. Porém, temos uma notícia triste: até hoje, nenhum brasileiro ganhou um prêmio Nobel. Isso não significa que nossa ciência não seja de boa qualidade, é claro. Temos por aqui pesquisadores do mais alto nível em diversas áreas! Quem sabe nos próximos anos não temos uma boa surpresa?

Matéria publicada em 20.10.2014

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Henrique-Kugler

Adoro viajar e fotografar. Conhecer músicas de diferentes lugares do mundo é meu passatempo favorito. Ah, e adoro comer chocolate e tomar chimarrão – uma espécie de chá de erva-mate, planta típica do sul do Brasil.

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