Uma maneira de identificar espécies marinhas

Há muita vida nos oceanos: animais e plantas que podem ou não ser parentes

lustração Walter Vasconcelos

No litoral brasileiro, que tem mais de 8.500 quilômetros de extensão – incluindo praias, manguezais, costões rochosos e recifes de coral –, há uma grande quantidade de seres vivos. No meio de tanta vida, é difícil saber quem é parente de quem. Uma maneira de identificar as espécies é por meio das semelhanças na aparência entre elas. Outra, é por meio da genética, ciência que estuda a transmissão de características biológicas de uma geração a outra e a outra e a outra…

A investigação genética tem sido fundamental para identificação de novas espécies no litoral brasileiro. Isso dá trabalho, mas também é muito recompensador: já pensou na emoção de descobrir uma nova espécie?

Se as suas antenas da curiosidade foram acionadas para saber como é feita a investigação genética, tome nota! Primeiro, devemos compreender que as informações genéticas estão presentes em todos os seres vivos e em qualquer parte do seu corpo, seja na pele ou no fio de cabelo, na cauda ou na escama. Essa informação é conhecida como DNA, a molécula responsável, entre outras coisas, por expressar características que serão passadas dos pais para os filhos.

A segunda coisa a saber é que as informações contidas no DNA de qualquer espécie de ser vivo são como um livro. E a leitura deste livro é feita por máquinas chamadas sequenciadores de DNA. Comparando sequências de DNA no computador, cientistas podem verificar semelhanças e diferenças entre as espécies.

Agora vem a terceira parte: usando as sequências de DNA em conjunto com outras características – como modo de vida e estrutura do corpo –, biólogos marinhos têm encontrado e descrito novas espécies de peixes, invertebrados e algas, algumas das quais só existem no litoral do Brasil. Um exemplo é um novo gênero de alga calcária chamado de Roseolithon, cujo nome quer dizer literalmente pedra rosa.

 O avanço dos estudos tem revelado que a diversidade de espécies marinhas no Brasil é maior do que se pensava! Mas ainda há muito o que descobrir! Quem sabe no futuro você será responsável por identificar novas espécies marinhas?

Pedra Rosa (Roseolithon), alga calcária recém descoberta no litoral Brasileiro.
Foto Talita Vieira Pinto

Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo  

Mariana Cabral de Oliveira
Instituto de Biociências
Universidade de São Paulo

Matéria publicada em 01.09.2022

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