Turismo de sol e praia

Aventuras pelo litoral são muito divertidas, mas é preciso ter responsabilidade com a natureza, incluindo o mar!

lustração Walter Vasconcelos

O mar desperta nas pessoas as mais diferentes sensações, quase todas de muito prazer. Por isso, quem visita o litoral em busca de dias agradáveis está praticando o que chamamos de “turismo de sol e praia”.

Mas você sabia que o mar nem sempre foi visto como um lugar maravilhoso? Na Idade Média, o oceano, por ser desconhecido, era considerado um local assustador – e também depósito de todos os excrementos (xixi, cocô…) da sociedade. Há pouco mais de 200 anos é que surgiram as primeiras viagens turísticas para o mar e o litoral, com as pessoas em busca de relaxamento e de atividades esportivas, divertidas, educativas e exploratórias.

Atraindo cada vez mais visitantes, o litoral passou a sofrer rápidas e diferentes transformações nas paisagens. Aumentou o número de residências, chegaram hotéis, restaurantes e centros de atrações turísticas – boa parte sem o planejamento adequado.

Com a falta de planejamento vieram os problemas, como o excesso de consumo de recursos naturais, a produção de lixo e esgoto sem tratamentos, a alteração de ecossistemas naturais e a criação de comunidades não planejadas.

Os pesquisadores consideram que para um turismo responsável no litoral é preciso levar em conta três pontos: os limites da natureza nos ambientes costeiros, as necessidades das populações locais e a sensibilização dos turistas.

Quanto aos ambientes costeiros, é preciso planejamento para que as cidades litorâneas não interfiram nos ecossistemas naturais. Por exemplo: não se pode construir em manguezais, que são os berçários do mar. Também não é certo ocupar a faixa de restinga, que é uma vegetação muito importante à beira-mar, por fixar dunas e proteger o ambiente de erosões. Além disso, é preciso respeitar o trânsito de animais marinhos e silvestres.

Sobre as populações que vivem no litoral, muitas foram prejudicadas com a chegada de grandes hotéis e restaurantes, às vezes, tendo até de sair de suas residências ou mudar seus modos de vida. Uma forma de diminuir os impactos é envolver as populações locais nas atividades de planejamento do turismo, para que suas necessidades sejam consideradas e também para que sejam beneficiadas pelas atividades turísticas, com empregos, por exemplo.

No que diz respeito aos turistas, deve-se pensar em atividades transformadoras, críticas e criativas. Uma boa estratégia é incentivar visitas aos parques e áreas protegidas, aquários, museus, para que o visitante conheça as características dos ambientes costeiros, suas fragilidades e descubra como aproveitar esses espaços de uma maneira consciente, para que nunca acabem.

Da próxima vez que for viajar com sua família, pense bem em como irão desfrutar do destino turístico escolhido. Se forem para o litoral, pense em como sua visita pode ajudar na conservação do ambiente e como as pessoas do local são beneficiadas pelas atividades do turismo. E, é claro, aproveite ao máximo as sensações deste local pra lá de agradável!


Tássia Biazon
Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano
Universidade de São Paulo  

Sidnei Raimundo
Instituto Oceanofráfico
Universidade de São Paulo

Matéria publicada em 15.12.2022

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