Quero saber…

…se existe bicho que ri.

Ilustrações Jaca

Não, o riso é uma característica humana. É verdade que, muitas vezes, animais como cães ou macacos exibem os dentes de tal maneira que até parece que estão sorrindo. Quem nunca viu na internet ou em redes sociais a imagem de algum bicho dando o que parece ser uma boa risada? Mas a verdade é que, embora essas expressões até se pareçam com um riso, ou um sorriso, não sabemos exatamente o que elas significam. E sabe por quê? Porque não podemos atribuir sentimentos humanos aos animais. Isso é chamado na ciência de “antropomorfizar”, o que simplesmente quer dizer dar valor e sentimentos humanos aos animais. Acontece que os sentidos dos animais, ou seja, a audição, a visão, o tato, o paladar e o olfato, são muito diferentes dos nossos. E não temos como saber exatamente como esses animais estão percebendo o mundo e reagindo a ele.

O que parece um sorriso de um primata, por exemplo, quando ele mostra os dentes, pode ser na verdade uma demonstração de ameaça. E por mais que o som emitido por uma hiena se pareça a uma risada, pesquisas indicam que não há nada de engraçado nele! É uma questão de comunicação: o barulho seria usado por esses animais para se identificarem em grupo.

Kleber Del Claro
Laboratório de Ecologia Comportamental e de Interações (Leci)
Instituto de Biologia
Universidade Federal de Uberlândia

…por que o mar não para de formar ondas?

Essa é uma boa para quem gosta de surfar, não é mesmo? Mas a resposta tem a ver com a variedade de fatores que influenciam a formação de ondas. Em eventos extremos, as ondas podem ser formadas a partir de um terremoto que ocorre entre placas tectônicas abaixo do oceano – são as ondas gigantes chamadas tsunamis! Existem ainda as ondulações formadas pela atração gravitacional do Sol e da Lua com a Terra, as famosas marés. E ainda as ondas que chegam até as praias e que permitem o surfe, e que são formadas a partir do atrito entre o vento e a água.

Elas são levadas pelo vento do alto-mar para a costa até atingirem uma profundidade em que perdem força e quebram.

Mas não é toda praia que tem ondas, ou ondas fortes. Isso depende principalmente das características da praia – como o formato da costa, a profundidade e a composição do fundo. Se a praia é reta ou com pouca mudança de profundidade, a energia das ondas se perde no caminho, e elas quebram com pouca força, são as chamadas marolas.

Já se a praia apresenta uma diferença de profundidade muito inesperada, o aumento da altura da onda é rápido e grande, então ela quebra com muita força. É o caso da famosa praia de Nazaré, em Portugal. Lá existe um cânion (um paredão) submarino com cerca de 200 quilômetros de comprimento e cinco quilômetros de profundidade, que começa a cerca de 500 metros da costa, e permite grandes ondulações para a Praia do Norte. Ali foi registrada a maior onda já surfada no mundo: 26,21 metros, o equivalente à altura de um prédio de oito andares! Um recorde do alemão Sebastian Steudtner.

Então, se você gosta de surfe, preste bem atenção nos detalhes por trás do sobe e desce das ondas. Isso pode ajudar a pegar aquele tubo perfeito!

Tássia Oliveira Biazon
Universidade Estadual Paulista
Katharina Grisotti Bohm
Universidade de São Paulo

…se é verdade que Dom Pedro I criou a melodia do hino da Independência.

Sim! Além de ter sido imperador do Brasil, Dom Pedro I era um músico talentoso e começou bem cedo a estudar essa arte. A música era uma de suas maiores paixões. Certamente mais do que a política… Governar o Brasil foi apenas uma obrigação que caiu em seu colo, por ser filho de Dom João VI, então rei de Portugal.

Dom Pedro I cantava e tocava vários instrumentos, como o violino e a clarineta, além do piano. Regia coros e orquestra, e compunha muito bem! Chegou até a ser elogiado na Europa por um dos maiores músicos eruditos de sua época, o italiano Gioachino Rossini. E sua melodia mais famosa – adivinhe! – é justamente o Hino da Independência. Ele foi composto por volta de 1824, dois anos depois da proclamação da Independência do Brasil. Dom Pedro I musicou os versos de um conhecido jornalista e poeta da época, chamado Evaristo Ferreira da Veiga.

Outra curiosidade é que, antes de Dom Pedro I, esses versos já tinham ganhado uma melodia, composta por Marcos Portugal, que era professor de música de Dom Pedro. Mas foi a composição do imperador que acabou eternizando o “Já podeis da pátria filhos” e outros versos do Hino da Independência que conhecemos até hoje.

Lino de Almeida Cardoso
Historiador

Matéria publicada em 01.09.2022

Comentários (3)

  1. Olá CHC!
    Meu nome é Maria Cecília e tenho 11 anos. Adorei esta matéria, este tipo me interessa muito! Muito legal!!

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