Quero saber…

…se todos os lagartos têm patas.

Nem todos! Existem diferentes grupos de animais que têm o corpo longo e fino, não possuem patas e nós chamamos de cobras, mas que não são serpentes. Por exemplo, as cobras-cegas são anfíbios, parentes dos sapos; as cobras-de-duas-cabeças são répteis e parentes das serpentes e lagartos. No Brasil, podemos encontrar esses e outros tipos de “cobras” que não são serpentes, como as cobras-de-vidro. Mas, apesar do formato do corpo e de terem “cobra” no nome, são lagartos que não têm braços, e suas pernas são bem miúdas, quase imperceptíveis!

Esses lagartinhos curiosos podem ser encontrados em diferentes regiões do mundo. Os que ocorrem no Brasil são conhecidos pelos cientistas como Ophiodes e podem ser avistados da região Nordeste à região Sul do país. Vivem debaixo de folhas secas ou de camadas finas de terra no chão de matas e florestas. Podem ser encontrados também em jardins de casas e sítios. Quem sabe você já não topou com algum por aí?

O corpo das cobras-de-vidro (que são lagartos!) pode medir até 20 centímetros e termina em uma cauda fina e longa que,

Apesar do nome e do formato do corpo, as cobras-de-vidro são lagartos e não serpentes.
Foto Lúcio C. Lima
As perninhas da cobra-de-vidro são bem pequenas e próximas do corpo, elas servem para segurar a fêmea durante o acasalamento.
Foto Felipe Santos

geralmente, é maior que o tamanho do corpo, medindo 30 centímetros ou mais! E é justamente essa cauda que fez esses bichos ficarem conhecidos como cobras-de-vidro ou quebra-quebra.

Até aí, poderia ser só uma confusão de nome, e essa explicação da cauda bastaria para entender que as “cobras-de-vidro” são, na verdade, lagartos com patas bem pequeninas. Só que o fato desses lagartinhos se parecerem com serpentes faz com que muita gente sinta medo desses animais. Acontece que as cobras-de-vidro não são agressivas e não têm veneno. Elas não nos fazem mal. Muito pelo contrário! Elas ajudam no controle do número de aranhas e insetos, como grilos, baratas e besouros, que são seu alimento na natureza.

 

Paola Rosa de Oliveira
Laboratório de Herpetologia
Universidade Federal de Juiz de Fora

…se o beija-flor nunca para de bater as asas.

Foto Norbert Hentges/Unsplash

As asas do beija-flor batem tão rápido que parece mesmo que nunca param, não é? Para ser exato, um beija-flor consegue bater as asas 70 vezes por segundo. Quanta energia! É uma ave com uma vida, digamos, muito agitada: além de voar de flor em flor em busca de seu alimento favorito, o néctar, ele precisa também encontrar seu par romântico, construir um ninho e defender seus filhotes e a si próprio de predadores!

Mas, na verdade, o beija-flor para de bater as asas sim. Ele precisa dormir bastante durante a noite para recuperar suas forças, pois, ao amanhecer, outro dia intenso começa. Ah! Durante o dia, o beija-flor precisa descansar também, principalmente nas horas mais quentes. Ele também pode ser visto pousado ao sol para secar suas minúsculas penas após uma chuva forte.

Agora uma dica valiosa para quem quer observar essas lindas aves mais de pertinho: cultive um belo jardim no quintal da sua casa ou na varanda do seu apartamento! As casas de jardinagem da sua cidade ou do seu bairro estão cheias de flores vermelhas e amarelas que os beija-flores adoram. É só perguntar a um jardineiro que ele dirá com quais plantas e como você deverá construir e cuidar do seu jardim para atrair beija-flores. Quando ele estiver pronto, colorido, cheio de flores, é só aguardar por esses rápidos e pequenos visitantes!

 

Guilherme Toledo
Universidade Federal do Agreste de Pernambuco

…se jogar videogame faz mal.

Ilustração Marcelo Badari

Uma coisa que a ciência já sabe é que, quando uma criança está se desenvolvendo, é muito importante que ela brinque, especialmente ao ar livre. É assim que ela experimenta uma série de estímulos para todos os sentidos: visão, audição, tato, olfato, paladar… E esses diferentes estímulos são os que vão, literalmente, desafiar o cérebro a responder a eles.

Brincar, e brincar ao ar livre, também possibilita que a criança conheça e interaja com outras pessoas nos ambientes coletivos, como em uma pracinha ou em uma praia, o que é muito importante para o desenvolvimento social. Isso permite, por exemplo, criar relações e aprender uma série de comportamentos por imitação, além de ajudar a desenvolver a linguagem, a empatia… Afinal, nós, humanos, somos animais sociais.

Mas, ok, jogar videogame também pode ser legal e não fazer mal. O que faz mal é o excesso, assim como tudo na nossa vida! Se você comer batata frita e doces todos os dias, por exemplo, com o tempo o seu peso vai aumentar, e é possível que, a longo prazo, outros problemas de saúde comecem a surgir. Então, jogar videogame o tempo todo que você tiver disponível para brincar vai trazer consequências também! Pode fazer com que você fique mais isolado socialmente e que construa relações sociais virtuais apenas. Além disso, ficar sentado horas a fio na mesma posição enquanto joga videogame pode causar alterações no seu bem-estar e na sua saúde. E ninguém quer saber de game over (fim de jogo) na saúde, não é mesmo? O equilíbrio em busca de um entretenimento feliz e saudável é sempre o melhor caminho!

Priscilla Bomfim
Núcleo de Pesquisa, Ensino, Divulgação e Extensão em Neurociências
Universidade Federal Fluminense

Matéria publicada em 15.08.2022

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