
Nome popular: Cabeça-de-frade-do-Periperi
Espécie: Melocactus conoideus
Tamanho: Até 50 centímetros de altura
Classificação: Criticamente ameaçado de extinção
Existe um grupo de plantas cientificamente conhecido como Melocactus. Ele é composto por 38 espécies de cactos, sendo que a maioria (21 espécies!) só ocorre no Brasil. Esses cactos têm uma aparência bem interessante: o caule lembra uma cabeça e, quando a planta se torna adulta, apresenta na extremidade uma estrutura chamada cefálio, que parece o acessório utilizado na cabeça por alguns membros religiosos da igreja católica, o que inspirou seu nome popular “coroa-de-frade” ou “cabeça-de-frade”.
O cabeça-de-frade-do-Periperi é uma dessas espécies, e foi identificado pela primeira vez na Serra do Periperi, que fica no município de Vitória da Conquista, na Bahia. Essa é uma região de transição, ou seja, que fica entre os biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.
O caule do cabeça-de-frade-do-Periperi é chamado cladódio, tem cor verde e seu formato pode variar de globoso (em forma de globo) a cônico (em forma de cone). Assim como ocorre com outros cactos, as suas folhas não têm um formato convencional e são cheias de espinhos.
As flores surgem no topo, que é a parte reprodutiva dessa planta, e apresentam uma coloração rosada, atraindo abelhas e beija-flores em busca do néctar. Já os frutos são lilases e surgem na parte interna do órgão florífero (onde são produzidos flores e frutos), sendo “expulsos” à medida que se desenvolvem.
Algumas espécies de lagartos, aves e formigas adoram capturar os frutos dos cabeças-de-frade-do-Periperi. Com isso, acabam ajudando a distribuir as sementes para que novos cactos possam nascer.
Até o momento, só conhecemos o cabeça-de-frade-do-Periperi no município de Vitória da Conquista. Isso faz com que existam poucos indivíduos da espécie, quando comparamos com espécies distribuídas em diferentes locais.
Por se tratar de um cacto muito bonito, muitos exemplares dele foram vendidos para pessoas do Brasil e até de outros países, mas essa não é uma história muito bonita de se contar. Isso porque essa comercialização é ilegal e acabou reduzindo ainda mais o número de indivíduos no ambiente natural.
Além disso, o cabeça-de-frade-do-Periperi cresce em solos ricos em cascalho de quartzo, e as pessoas usam esse tipo de solo para fazer materiais de construção. A retirada do cascalho de forma desorganizada também acabou matando muitos indivíduos da espécie, reduzindo a sua área de crescimento natural. É como se destruíssemos o local onde o cacto mora para construirmos a nossa casa. Isso não parece muito certo, não é?!
Por todos esses motivos, o nosso belo cabeça-de-frade-do-Periperi entrou para a lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção. Em outras palavras: a espécie está no último estágio para desaparecer da natureza. Se não cuidarmos dela, em pouco tempo só teremos relatos como esse que você está lendo, e nada mais.

Em 2002, foi criada a Reserva Ambiental do Melocactus conoideus, em Vitória da Conquista. Lá, o cabeça-de-frade-do-Periperi é protegido, sendo possível aprender mais sobre ele no espaço destinado à educação ambiental. O local também tem sido importante para desenvolver pesquisas a fim de conhecermos mais sobre como esse cacto vive e se relaciona com outras espécies e com o meio ambiente.
A conservação do cabeça-de-frade-do-Periperi também contribui para conservar outras espécies e o próprio ambiente onde vivem. Se quiser fazer mais, saiba que ao respeitar a natureza, evitando retirar e comprar espécies retiradas do seu ambiente natural, você já está no caminho certo!
Elisa Susilene Lisboa dos Santos
Departamento de Ciências Exatas e Naturais
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Matéria publicada em 01.07.2025
Maria Luiza
Gostei muito!, vocês de veriam fazer mais sobre essas plantas!
Maria Luiza
Olá! Estou usando as suas revistas para minha escola! Que é a escola Instituto de ensino intellectus, eu amo suas revistas e acho que vocês deviam fazer mais sobre as plantas! Toda vez eu sempre tento uma oportunidade para ler as revistas oralmente ou online.Um beijão tchau!!
joao vitor brasil maciel
achei a historia boa e interessante e me chamou a atençao