Quando ouvimos falar em piranhas, logo imaginamos um cardume de peixes carnívoros, com dentes afiados e que comem tudo o que encontram pelo caminho. Mas, pasmem, nem todas as piranhas se alimentam de carne!
Um grupo de pesquisadores brasileiros e estrangeiros descobriu uma nova espécie de peixe, semelhante à piranha, que vive exclusivamente na bacia do rio Xingu, e se alimenta principalmente de plantas. Por comer vegetais, ela foi apelidada de “piranha vegetariana”.
Ela vive em ambientes de águas correntes e, assim como outros peixes, realiza migrações para se reproduzir. Seu corpo é arredondado, com uma grande faixa preta na lateral, lembrando a pupila vertical do Olho de Sauron, da trilogia O Senhor dos Anéis. Assim, a nova espécie foi batizada de Myloplus sauron. A descoberta mostra a importância dos estudos sobre a biodiversidade dos peixes da Amazônia, ameaçados pela poluição, construção de barragens e pesca excessiva.
Jean Carlos Miranda
Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra
Universidade Federal Fluminense
Os fungos são um grupo de organismos com enorme diversidade. Eles podem se reproduzir de maneira sexuada, quando há o encontro de células reprodutivas masculina e feminina, resultando em um novo indivíduo; ou de forma assexuada, que pode acontecer de diferentes maneiras.
Uma forma assexuada de reprodução dos fungos é por formação de conídios, que são pequenas cópias da célula original. Outra forma é por fragmentação de hifas, que são estruturas parecidas com galhos, e que existem em algumas espécies de fungos. Já em outros tipos de fungos, como as leveduras, a reprodução assexuada pode ocorrer por um processo chamado brotamento: uma nova célula da levedura cresce agarrada à célula mãe, até se desprender.
Todos os processos de reprodução assexuada geram indivíduos que são idênticos às células que os originaram. Eles garantem uma grande diversidade de formas de fungos e também a adaptação das espécies em diferentes ambientes no nosso planeta.
Daniela Sales Alviano Moreno
Instituto de Microbiologia Paulo de Góes
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Tutti-frutti é uma expressão que se origina das palavras em italiano tutti, que quer dizer “todos”, e i frutti que quer dizer “os frutos”. Assim, o sabor tutti-frutti é o resultado da mistura de sabores de diferentes frutas. Ele pode ser obtido a partir de uma combinação de sabores naturais ou artificiais de várias frutas, como banana, laranja, abacaxi, morango…
O sabor que percebemos ao degustar um alimento é resultado de uma mistura de diferentes sensações: as gustativas, percebidas pela língua, e as olfativas, percebidas pelo nariz. Assim, quando mordemos uma fruta, mastigamos um vegetal ou mascamos um chiclete, todas essas sensações se misturam, resultando no que chamamos de sabor.
Raoni Schroeder B. Gonçalves
Instituto de Química
Universidade Federal do Rio de Janeiro
As aranhas têm um esqueleto externo (exoesqueleto) calcificado e rígido. Para crescer, elas precisam fazer “mudas” (ou ecdises), que é a troca do exoesqueleto rígido por um mole, permitindo a expansão do corpo até que o novo exoesqueleto se torne rígido.
A troca do esqueleto externo faz toda a diferença na hora da reprodução de algumas espécies. Os machos de Manogea porracea, por exemplo, fazem a última muda e se tornam adultos primeiro do que as fêmeas (fenômeno chamado de protandria). Durante essa fase, eles buscam por parceiras que ainda não fizeram a última muda de exoesqueleto, ou seja, que ainda não são totalmente adultas (chamadas subadultas). Ao selecionar uma parceira, o macho constrói uma teia menor acima da teia da fêmea, de forma que as duas teias ficam conectadas por fios de seda. Esse comportamento é chamado de guarda da fêmea, porque o macho percebe e expulsa os competidores que entram na teia. A guarda de uma parceira subadulta aumenta as chances do macho fertilizar todos os seus ovos e assegura uma maior certeza da paternidade. A posse da teia acima da fêmea, portanto, pode ter sido uma das características fundamentais que permitiu a evolução do cuidado paternal na aranha Manogea porracea.
Rafael Rios Moura
Núcleo de Extensão e Pesquisa em Ecologia e Evolução
Universidade do Estado de Minas Gerais
Matéria publicada em 31.07.2024
Alice Alessio Bianchi
Como aconteceu a domesticação dos lobos?